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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Críticas à religião - Marilena Chauí


As primeiras críticas à religião feitas no pensamento ocidental vieram dos filósofos pré-socráticos, que criticaram o politeísmo e o antropomorfismo. Em outras palavras, afirmaram que, do ponto de vista da razão, a pluralidade dos deuses é absurda, pois a essência da divindade é a plenitude infinita, não podendo haver senão uma potência divina.

Declararam também absurdo o antropomorfismo, uma vez que este reduz os deuses à condição de seres super-humanos, isto é, as qualidades da essência divina não podem confundir-se com as da natureza humana. Essas críticas foram retomadas e sistematizadas por Platão, Aristóteles e pelos estoicos.

Uma outra crítica à religião foi feita pelo grego Epicuro e retomada pelo latino Lucrécio. A religião, dizem eles, é fabulação ilusória, nascida do medo da morte e da Natureza. É superstição. No século XVII, o filósofo Espinosa retoma essa crítica, mas em lugar de começar pela religião, começa pela superstição. Os homens, diz ele, têm medo dos males e esperança de bens. Movidos pelas paixões (medo e esperança), não confiam em si mesmos nem nos conhecimentos racionais para evitar males e conseguir bens.

Passional ou irracionalmente, depositam males e bens em forças caprichosas, como a sorte e a fortuna, e as transformam em poderes que os governam arbitrariamente, instaurando a superstição. Para alimentá-la, criam a religião e esta, para conservar seu domínio sobre eles, institui o poder teológico-político. 

Nascida do medo supersticioso, a religião está a serviço da tirania, tanto mais forte quanto mais os homens forem deixados na ignorância da verdadeira natureza de Deus e das causas de todas as coisas. 

Essa diferença entre religião e verdadeiro conhecimento de Deus levou, no século XVIII, à ideia de religião natural ou deísmo. Voltando-se contra a religião institucionalizada como poder eclesiástico e poder teológico-político, os filósofos da Ilustração afirmaram a existência de um Deus que é força e energia inteligente, imanente à Natureza, conhecido pela razão e contrário à superstição. 

Observamos, portanto, que as críticas à religião voltam-se contra dois de seus aspectos: o encantamento do mundo, considerado superstição; e o poder teológico-político institucional, considerado tirânico. 

No século XIX, o filósofo Feuerbach criticou a religião como alienação. Os seres humanos vivem, desde sempre, numa relação com a Natureza e, desde muito cedo, sentem necessidade de explicá-la, e o fazem analisando a origem das coisas, a regularidade dos acontecimentos naturais, a origem da vida, a causa da dor e da morte, a conservação do tempo passado na memória e a esperança de um tempo futuro. Para isso, criam os deuses. Dão-lhes forças e poderes que exprimem desejos humanos. Fazem-nos criadores da realidade. Pouco a pouco, passam a concebê-los como governantes da realidade, dotados de forças e poderes maiores do que os humanos. 

Nesse movimento, gradualmente, de geração a geração, os seres humanos se esquecem de que foram os criadores da divindade, invertem as posições e julgam-se criaturas dos deuses. Estes, cada vez mais, tornam-se seres onipotentes, oniscientes e distantes dos humanos, exigindo destes, culto, rito e obediência. Tornam-se transcendentes e passam a dominar a imaginação e a vida dos seres humanos.

 A alienação religiosa é esse longo processo pelo qual os homens não se reconhecem no produto de sua própria criação, transformando-o num outro (alienus), estranho, distante, poderoso e dominador. O domínio da criatura (deuses) sobre seus criadores (homens) é a alienação. 

A análise de Feuerbach foi retomada por Marx, de quem conhecemos a célebre expressão: “A religião é o ópio do povo”. Com essa afirmação, Marx pretende mostrar que a religião – referindo-se ao judaísmo, ao cristianismo e ao islamismo, isto é, às religiões da salvação – amortece a combatividade dos oprimidos e explorados, porque lhes promete uma vida futura feliz. Na esperança de felicidade e justiça no outro mundo, os despossuídos, explorados e humilhados deixam de combater as causas de suas misérias neste mundo. 

Todavia, Marx fez uma outra afirmação que, em geral, não é lembrada. Disse ele que “a religião é lógica e enciclopédia popular, espírito de um mundo sem espírito”. Que significam essas palavras? 

Com elas, Marx procurou mostrar que a religião é uma forma de conhecimento e de explicação da realidade, usadas pelas classes populares – lógica e enciclopédia – para dar sentido às coisas, às relações sociais e políticas, encontrando significações – o espírito no mundo sem espírito -, que lhes permitem, periodicamente, lutar contra os poderes tirânicos. 

Marx tinha na lembrança as revoltas camponesas e populares durante a Reforma Protestante, bem como na Revolução Inglesa de 1644, na Revolução Francesa de 1789, e nos movimentos milenaristas que exprimiram, na Idade Média, e no início dos movimentos socialistas, a luta popular contra a injustiça social e política. 

Se por um lado na religião há a face opiácea do conformismo, há, por outro lado, a face combativa dos que usam o saber religioso contra as instituições legitimadas pelo poder teológico-político.

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Fonte:

CHAUÍ, Marilena. Convite a filosofia. 12ª ed. – São Paulo: Editora Ática, 2002.

BAIXE AQUI O LIVRO EM PDF

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Religar-se – novo livro de Arlindo Rocha

 

“[...] Quando a fé é completamente substituída pelo credo, o culto pela disciplina, o amor pelo hábito; quando a crise de hoje é ignorada pelo esplendor do passado; quando a fé se torna um mero objeto herdado em vez de uma fonte de vida, quando a religião fala somente em nome da autoridade em vez da compaixão, sua mensagem se torna sem sentido [...]”

 [HESCHEL]


 

 Por: Priscilla Lundstedt Rocha 


Somos seres humanos, e assim continuaremos, mas em tempos tão polarizados, e agora com uma pandemia precisamos ainda mais estudar, entender a necessidade humana de abertura para o diálogo, o respeito, a empatia e a tolerância entre os homens em sua procura incessante pelo transcendente, ou de forma mais simples, pelo seu melhor. 

Religar-se não tem a pretensão de ser um guia de como fazer ou ser, jamais! São artigos com idéias, críticas, reflexões éticas, religiosas e filosóficas, a cerca de temas ligadas a Ciência da Religião. O que o autor propõe é a compreensão do ‘fenômeno’ religioso, como parte do ‘fenômeno’ humano a partir do seu contexto histórico, político, social e religioso, com seu alicerce plural, ou seja, sustenta-se sob diversas perspectivas epistemológicas, métodos e metodologias de pesquisa inter-e-transdisciplinares, percurso este, que possibilita a integração da Ciência da Religião com a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia e a Psicologia, 

Vi cada artigo nascer, mas antes disso presenciei o estudo, a ‘devoção’, o relegere, isto é, o (re) ler, a (re) visitar, o (re) interpretar (...) e a busca por opiniões sólidas e ideias edificantes. Vi o autor crescer como ser humano, repensar sua vida, seu caminho e seus objetivos. Vi alicerçar sua família, dia a dia, e estimular cada um ao seu redor a ser melhor. Não pensem que as palavras foram doces, pois quando se tem em si, uma revolução conceitual, ou seja, o desejo de autotransformação, de aprimoramento e da escolha de uma nova visão sobre questões que ainda não foram absolutamente esgotadas, as reflexões, por vezes, inquietam e desestabilizam. 

Mas, a grandeza maior é que não há julgamentos, não há ganhadores, nem perdedores, há apenas discussões, (re) interpretações, problematizações e depois o religar-se, ou seja, o verbo transitivo que pressupõe: o atar, o apertar ou, simplesmente, tornar a ligar, ligar ainda melhor. 

Ao ler Religar-se devemos pensar num jogo de frescobol: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, fazemos o maior esforço para devolvê-la no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado: ou os dois ganham ou ninguém ganha. Ninguém fica feliz quando o outro erra, pois, o que se deseja é que ninguém erre. 

Como metáfora a bola são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Ler, (re) interpretar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá, é comprometer-se com um futuro melhor, fazendo sempre a diferença. 

Apesar de muitos considerarem o verbo religar, uma forma prosaica, considero-o uma das melhores formas de autotranscendência humana, pois, o homem aprende que não é um fim em si. Apesar da imanência, seu destino é sobrenatural, por isso, deve aprender a harmonizar seus paradoxos, refletindo, questionando e contribuindo com novas ideias, em fim, evoluir sempre, ultrapassar-se... 

Muitos, com razão, devem questionar: o que significa ser um ser humano melhor? Eu respondo: sendo melhor, fazendo a diferença na vida das pessoas, não julgando, apenas contribuindo com novas reflexões com empatia, respeito, fé e acima de tudo amor. Religar-se, ligou-me ainda mais com minha/ nossa realidade, com a minha família, com o real significado do amor e com o além homem. 

Religar-se é o terceiro livro do meu companheiro de caminhada Arlindo Rocha, o qual tenho orgulho e admiração, além é claro de muito amor. Escritor, pesquisador e professor, um ser humano iluminado, que em meio a turbulência deste ano, dor e ‘desesperança’, não nos desamparou. Em meio às minhas angústias sempre esteve atento, cuidando, protegendo, mesmo quando essa proteção era de mim mesma. Nossa família se manteve unida, pois nos religou, lutou, abraçou e acima de tudo nos ensinou o caminho para ir à luta e superar os novos desafios. 

Seu exemplo de superação diária, dedicação aos estudos e a família nos uniu em um laço, onde estamos amarrados pela coragem, força, perseverança, fé e acima de tudo o amor. Que todos possam entender e sentir a necessidade de Religar-se (sentido religioso ou não), pois, a crescente desumanização e a liquidez das relações humanas, certamente, são os problemas que nos causam tantos danos pela falta de ética e caráter globais. Que leiamos, mas nos “ligando de novo” ao que é essencial, e não apenas comercial e superficial. 

Boa Leitura! 

Rio de Janeiro, aos 20/10/2020.

sábado, 24 de outubro de 2020

Religar-se - Prefácio

Por: Eduardo Rodrigues da Cruz[1]


A religião, qualquer que seja sua origem etimológica (algo que nosso autor descreve com atenção), é hoje, um fenômeno multifacetado e desafiador. Sua pluralidade de expressões surge com força, após o fim de períodos em que uma ou mais religiões se apresentavam como oficiais, e nos desafia por seus aspectos positivos e negativos (muito citados hoje são os abusos sexuais, como nos casos de João de Deus e padres pedófilos). Outro desafio nos vem dos processos de secularização, que não só removem a religião do espaço público, como também permitem que grupos não religiosos adquiram visibilidade e aceitação.

Assim, faz-se mister entender o que está em jogo nos processos religiosos contemporâneos, e não só do ponto de vista político-sociológico. É a esta tarefa que o livro Religar-se, do pesquisador cabo-verdiano Arlindo Nascimento Rocha, lança-se com vigor e persistência. A partir de sua experiência de muitos anos na abordagem da religião em várias perspectivas, o autor move-se com segurança entre diferentes disciplinas e temas. 

Em doze capítulos, ele perpassa a ética, a história, a epistemologia e a antropologia que refletem o dinamismo da religião, e se dedica a temas como diversidade, tolerância e ensino religioso, religiões afro-brasileiras, magia e sua relação com a religião, e o significado do mito. Ao mesmo tempo, ele oferece interessantes indicações de como desenvolver a ciência da religião como campo de estudo.

É um autêntico tour-de-force, que instiga o leitor a um aprofundamento das ideias e conhecimentos apresentados aqui. Mesmo que o leitor não compartilhe de todas as posições apresentadas no livro, ele certamente passará a contar, após a leitura, com subsídios para formular opiniões bem fundamentadas.

São Paulo, 21/02/2019


Para comprar o livro, CLIQUE AQUI




[1]Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Departamento de Ciência da Religião. Tem experiência na área de Teologia e Ciência da Religião, com ênfase em Epistemologia da Ciência da Religião, Historia e Filosofia da Ciência, atuando principalmente nos seguintes temas: Fundamentos da Ciência da Religião, Ciência e Religião, Cultura Científica Moderna (em especial ligada ao transhumanismo), Ciência no século XXI e Religiões seculares.


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Conheça o PPG em Ciência da Religião da PUC-SP

O mundo das religiões é diversificado, multifacetado, formado por milhares de movimentos religiosos. 

Se você se interessa pelas religiões e quer entender como elas influenciam a política, as leis, a economia, a imprensa, as artes e a sua vida, você precisa conhecer os cursos de pós-graduação em Ciência da Religião da PUC de São Paulo. 

Neste vídeo, alunos e ex-alunos do programa contam qual é o foco das suas pesquisas, quando o Prof. Dr. Edin Sued Abumanssur e a Prof. Dra. Suzana Coutinho contam quais são as novidades para 2021.



terça-feira, 13 de outubro de 2020

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

4º Seminário de Ciência da Religião Aplicada (SEMCREA)


"O Seminário de Ciência da Religião Aplicada (SEMCREA) é um evento discente, anual e gratuito do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião da PUC-SP, que ocorre no início do primeiro semestre de cada ano. O SEMCREA tem como objetivo semear contribuições e aplicações profissionais para além da Academia às pessoas formadas em ciência da religião.

Desde a primeira edição, os textos das apresentações que compõem o SEMCREA são de acesso livre e estão disponíveis para leitura no website do evento, em benefício de quem tiver interesse. Além disso, as apresentações foram gravadas na íntegra pela TV PUC-SP e disponibilizadas gratuitamente na Internet.

As discussões do SEMCREA ocorrem mediante a apresentações de papers submetidos com antecedência, durante o período de chamadas abertas no website do evento. Os trabalhos devem responder a questão específica relacionada ao tema do evento. São priorizados textos produzidos por cientistas das religiões ou pesquisadores da ciência da religião em formação. Representantes de outras áreas são bem-vindos, desde que
façam uma relação entre o conhecimento de sua área de origem com a ciência da religião.

Cada paper selecionado integra a uma mesa de discussões, cuja exposição oral não deve ultrapassar os 15 minutos. Após os trabalhos de uma mesa serem todos apresentados, ocorre uma interação com o público presente para comentários e opiniões sobre as propostas. Embora os proponentes devam se increver no website do evento com antecedência, o credenciamento para ouvintes é feito gratuitamente no dia e local do próprio SEMCREA". Fonte:Clique aqui:


                                                              Mesa 1: CLIQUE AQUI


          Mesa 2: CLIQUE AQUI 


Mesa 3CLIQUE AQUI


Mesa 4: CLIQUE AQUI



PARA ACESSAR A PÁGINA DO EVENTO, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Um deus que sorri


Por Rubem Alves


Eu acredito em Deus! Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em que acredita o balconista a professora o porteiro o bispo ou pastor… O Deus em que acredito não foi globalizado. O Deus com quem converso não é uma pessoa não é pai de ninguém. É uma ideia uma energia uma eminência. Não tem rosto portanto não tem barba. Não caminha portanto não carrega um cajado. Não está cansado portanto não está sempre no trono. O Deus que me acompanha vai muito além do que me mostra a Bíblia. Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos algumas parábolas e um pensamento que não se renova. O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros mas sua superioridade está na compreensão das diferenças na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade. O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos. Não distribui culpas a granel: as minhas são umas as do vizinho são outras. Nossa penitência é a reflexão. Para o Deus em que acredito só vale o que se está sentindo. O Deus em que acredito não condena o prazer. O Deus em que acredito não me abandona mas me exige mais do que uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas como carregar uma cruz gigante nos ombros. A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e este é o Deus que me acompanha: Um Deus simples. Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante sabe tudo e vê tudo. Meu Deus é discreto e otimista. Não se esconde ao contrário aparece principalmente nas horas boas para incentivar para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: de um abraço numa amizade uma música na hora certa um silêncio. O Deus que eu acredito também não inventou o pecado ou a segregação de credo. E como ele me deu o Livre-Arbítrio sou eu apenas que respondo e responderei pelos meus atos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O ESTOICISMO E O CETICISMO: AS DUAS VIAS FILOSÓFICAS PARA A CONSTRUÇÃO DO PARADOXO ENTRE GRANDEZA E MISÉRIA EM BLAISE PASCAL

Resumo 

Blaise Pascal é o filósofo do paradoxo, pois, para ele, a verdade é a reunião dos contrários. Em sua antropologia, o homem é analisado como um ser paradoxal, ao mesmo tempo grande e pequeno, fraco e forte, grande e mísero. Essas contradições estão presentes em todos os homens, mas, a maior parte dos filósofos ao longo da história do pensamento Ocidental enxergou apenas um dos lados, ou seja, baseou-se numa visão unilateral e limitada do homem. Este artigo tem como objetivo analisar as duas vias filosóficas, pelas quais Pascal constrói o paradoxo entre grandeza e miséria, como aspecto fundamental para o estudo e compreensão do homem. Para isso, ele se apoia especialmente em dois filósofos, Epiteto e Montaigne, mostrando que, a ‘verdade’ de cada corrente filosófica opera como desqualificadora da ‘verdade’ da outra. Mas, para Pascal a verdadeira compreensão do homem, está na reunião dessas duas dimensões contraditórias, ou seja, paradoxais. 


Palavras-chave: ser paradoxal; estoicismo e ceticismo; grandeza e miséria; paradoxo, compreensão do homem.


Para acessar o o artigo na íntegra, CLIQUE AQUI

sábado, 7 de março de 2020

4º Seminário de Ciência da Religião Aplicada

Sala Paulo Freire TUCA
[CANCELADO]

 30 de março de 2020

[inscrições gratuitas no local do evento]



OBS.: Será entregue certificado de participação, que poderá ser incluído no currículo lattes.


Informações sobre a Conferência
VISÃO GERAL

Anais: 
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O Seminário de Ciência da Religião Aplicada (SEMCREA) é um evento discente anual do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e tem como objetivo semear contribuições e aplicações profissionais que cientistas das religiões podem apresentar à sociedade.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Como (não) falar de Deus: marcas da igreja emergente

[Texto copiado a partir de uma postagem no Facebook de Paulo Outeiro, publicado em 14/02/2020]


"Dizem que o diabo costumava andar tarde da noite por diferentes partes do mundo com seus amigos. Certa vez, durante um desses passeios à meia-noite, um demônio que estava andando com ele por acaso viu uma jovem falando com jesus. O demônio se moveu inquieto, esperando que Lúcifer voasse com uma raiva terrível, mas, em vez disso, ele pareceu imperturbável. Mais tarde, o demônio criou coragem e perguntou ao diabo por que ele estava tão despreocupado com o encontro da mulher com Cristo.

'Por que eu deveria me importar?', respondeu o diabo, 'porque daqui a pouco farei uma teologia disso.

Muitos de nós começamos nossa fé com um encontro e terminamos com nada além de uma doutrina. Se pudéssemos comparar a jornada da fé ao crescimento de um indivíduo, poderíamos dizer que nos anos da infância lutamos para entender o mistério de Deus, assim como uma criança luta para entender o mistério do mundo. 

Em resposta a isso, nos voltamos para a sabedoria de nossa tradição religiosa, quando a criança se volta para a sabedoria de seus pais. Na adolescência, muitas vezes perdemos essa maravilha infantil, deixando de perceber que a sabedoria que nos foi passada não foi criada para acabar com o mistério, mas apenas para impedir que ele fosse insuportável.

Finalmente, se alguma vez entrarmos na maturidade, experimentaremos mais uma vez esse mistério pelo que ele é.

Esta história é sobre desafiar o adolescente dentro de todos nós, lembrando a nós mesmos que nossas imagens de Deus, por mais importantes que sejam, são, na melhor das hipóteses, ícones que nos permitem contemplar a misteriosa presença de Deus e, na pior das hipóteses, ídolos que tomam o lugar de Deus".

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ROLLINS, Peter: How (Not) to speak of God: Marks of the Emerging Church. - Paraclete Press, 2006

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Concepções da morte nas religiões



OLIVEIRA, Adriana Maria Ramos de. Entre idas e vindas: o pós-morte nas religiões. Revista Senso. 06 de janeiro de 2020.  

"Tendo em vista que a morte é uma questão pertinente na história da humanidade e de sua relação com o surgimento do pensamento religioso, vamos procurar entender sobre como algumas das maiores e mais difundidas religiões do mundo lidam com esse assunto. Para tal explicação serão utilizados alguns exemplos de práticas de como essas religiões abordam a morte; o sepultamento; a concepção de vida após morte e ressurreição.

O renascimento dos mortos, ou a ideia de ressurreição, que significa literalmente “levantar, erguer”, marca definitivamente uma crença acerca da vida após a morte. Esta concepção é considerada como base de uma das religiões mais disseminadas no ocidente; o cristianismo, na qual Jesus, segundo os textos bíblicos, ressuscitou pessoas e ressurgiu dos mortos. Vale lembrar que a ideia de ressurreição é diferente da de reencarnação, pois implica que a pessoa regressa à vida como a mesma, enquanto que na segunda opção, a pessoa retorna com outra vida e corpo físico. O sepultamento cristão tende ser composto por um prolongado ritual de velamento do corpo, seguido por homenagens e despedidas dos familiares e amigos. Para os cristãos a vida é eterna, se estendendo, portanto, após a morte.

No judaísmo, a morte é encarada como algo natural e não trágico, os judeus compreendem que a alma sobrevive mesmo com a morte corpórea; o ritual fúnebre deve ser simples e rápido seguindo um padrão: o caixão deve ser de madeira, forrado com um pano preto, estampando a estrela de Davi. Devem ser iguais para remeter que a morte iguala todos.

Na religião do Islã ou islamismo, os muçulmanos creem e defendem que como o nascimento, a morte também está nas mãos de Deus; seu rito fúnebre se dá pela lavagem do cadáver de três a cinco vezes, começando pelo lado direito, para devolver pureza à alma. Esta prática é feita por parentes e familiares do mesmo sexo do falecido. O corpo é perfumado com cânfora e coberto por um sudário (lençol, mortalha) branco.

Dentro do hinduísmo, é predominante a concepção de reencarnação, importante para sanar o Karma, que consiste na ideia de que a vida na terra é parte de um ciclo de nascimento, morte e renascimento, para aperfeiçoamento e evolução espiritual. Para tal efeito, a alma volta várias vezes (quantas forem necessárias) à vida até se libertar deste ciclo. Quando alguém falece, iniciam-se rituais para desprender a alma do corpo, que geralmente é cremado, para que ela encontre nova casa – um corpo humano ou de animal, de acordo com o comportamento na vida anterior – causa e efeito. O corpo do falecido é posicionado com a cabeça virada para o sul, é lavado, untado com pasta de sândalo e vestido com boas roupas.

A morte não é compreendida como um evento isolado no budismo, mas sim tida como uma mudança de ciclo, ela é uma realidade natural. Portanto os budistas encaram a morte como algo a ser aceito. Em seu ritual fúnebre o budista tem o rosto coberto com um pano branco, e incensos são acesos à sua volta.

Para as religiões afro-brasileiras, como a umbanda, por exemplo, a morte corpórea não significa o fim da vida. É tida apenas como o fim de um ciclo, ou seja, passagem encarnatória . Após a morte física do homem, segundo a crença predominante nesta tradição, este será encaminhado para uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumuladas durante a passagem no corpo físico.

O funeral umbandista é dividido em partes; na primeira ocorre a purificação do corpo e do espírito, que ocorre somente com a presença do sacerdote, na segunda é feita a cerimônia social para encomenda do espírito, realizada no velório e no túmulo.

Como é notória a relação vida e morte, a crença na vida após a morte se faz presente nas mais variadas tradições religiosas, sociedades e períodos históricos da humanidade".

PARA ACESSAR O ARTIGO NA ÍNTEGRA,

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Não se pode questionar sobre Deus?



Por: Atilla K[1]


No islam a fé em Deus é abordada, ao menos hoje em dia, de uma maneira absolutista, isto é, incondicional.

A filosofia nasceu através de questionamentos sobre a essência da humanidade e de seu papel no universo. Estes questionamentos basicamente se resumem nas seguintes perguntas:
Quem eu sou?
De onde vim e para onde eu vou?
Qual é o meu papel neste mundo?
Estas perguntas foram formando também a base daquilo que comumente chamamos de religião, pois a partir daí é que surgiram os diversos teísmos e ateísmos. Enquanto alguns adotaram uma ideia de que há um divino que criou toda a natureza, e este para alguns segmentos desta ideia continua criando e controlando esta criação, outros adotaram uma ideia de que haja uma força da natureza que possivelmente resultou os seres que ao nosso redor vemos. Com base nestas diferenças é que vemos ao nosso redor teísmos e ateísmos. Enquanto para os teísmos há o ideal de criação ou manifestação de um ser supremo ou essencial, para o ideal ateísta toda a existência é resultado de uma força. Esta força pode ser a própria natureza ou pode ser o chamado Big Bang que deu início a esta existência.

Para quem acredita que há um ser supremo, sobrenatural e incompreensível aos olhos do humano, o modo de enxergar a existência é o ideal chamado criacionismo. Dentro desta perspectiva, a visão monoteísta é a que explicita, em suas próprias condições, que Deus criou todo o universo e colocou-o a serviço do ser humano. Em troca desta oferta divina, o ser humano que tem uma finitude deve obedecer às ordens de Deus que o criou. Uma das condições dessa obediência é a fé n’Ele. Isto pode se constatar quase igualmente nas três religiões abraâmicas – Judaísmo, Cristianismo e Islam. Dentre estas três religiões, irei aqui colocar mais em questão o próprio islam por ser a religião que mais conheço.

No islam a fé em Deus é abordada, ao menos hoje em dia, de uma maneira absolutista, isto é, fé incondicional. Com o desenvolvimento intelectual do ser humano, os questionamentos em relação à religião, ou às religiões, também se tornou corriqueiro. A crença em um ser invisível começou a ser questionada de uma maneira materialista. Isto, no meio religioso e teológico em geral, causou uma reação negativa acusando a ciência de incredulidade e de incompatibilidade com a religião, o que na minha ideia é ao contrário. Esta reação chegou a negligenciar a fé do outro devido os seus questionamentos em relação a fé e Deus. No mundo islâmico, ao menos no meu país de origem, Turquia, muitos se encontraram entre duas opções, ciência ou religião, pois estudar a ciência e questionar a maneira como se crê podia ser julgado como descrença e isso, como já havíamos apontado em alguns artigos, resultou nas declarações contra a religião.

Quanto ao próprio islam, a teoria é diferente do que se viu no passado e se vê hoje em dia parcialmente. Para os teólogos muçulmanos, a fé se divide em duas partes: a fé que herdamos dos antepassados e a fé que adquirimos com nosso esforço intelectual. Embora muitos teólogos afirmem que a fé herdada dos pais através da observação e da representação deles seja válida perante Deus, o ser humano precisa se esforçar a ter fé em Deus de maneira afirmativa e isto pode se adquirir apenas com dúvidas, questionamentos e pesquisas. O Alcorão em demasiados versículos condena aqueles que se negam a acreditar nos profetas dizendo que não abandonariam o que viram dos seus antepassados e põe em xeque aquilo em que criam: “…e se os seus antepassados não sabiam nada, nem eram orientados à verdade?” (Alcorão 5:104).

Toda esta reflexão que fizemos, sem dúvida alguma, é de um ponto de vista islâmico. Mas a pergunta que deve-se fazer, talvez em qualquer tipo de religiosidade ou espiritualidade, é: será que nunca pode-se questionar sobre Deus, deuses ou aquilo que manifestou toda a criação?
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KUŞ, Atilla. Não se pode questionar sobre Deus? CartaCapital. 04 de Fev. 2020.

FONTE ORIGINAL - [CLIQUE AQUI]







[1] É cientista da religião, mestrando no Programa de Estudos Pós-graduandos em Ciência da Religião na PUC, membro do Centro de Estudos das Religiões Alternativas e de Origem Oriental no Brasil-CERAL da PUC-SP, professor visitante na FFLCH-USP, professor convidado na PUC-SP e tradutor de turco, curdo e árabe.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Filosofia da Religião

"A filosofia da religião é uma disciplina filosófica relativamente recente, que não deve ser confundida com a teologia natural ou teodiceia, que trata de demonstrar racionalmente a existência de Deus (a filosofia da religião pode inclusive prescindir de Deus). O mundo ocidental vivia, anteriormente, instalado numa exclusiva fé religiosa, a cristã (depois da reforma protestante o problema da confissão cristã verdadeira é uma questão apologética, e não filosófica); nos dias atuais, a religião se apresenta como autêntico problema filosófico, seja em virtude do fenômeno do pluralismo religioso, fato que nos impele a investigar o que é essencial a todas as religiões (a questão da religião verdadeira já é um assunto de fé, não de razão), seja em virtude da negação do religioso, o que nos leva a perguntar se a religiosidade, enquanto tal, é algo constitutivo da pessoa humana (e como seria possível uma tal negação)."
LEIA MAIS EM  

Diálogos: Filosofia da Religião



Diálogos: A Filosofia da Religião na Atualidade


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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa [21/01]


Conhecer melhor a própria religião e a religião alheia pode ser instrumento necessário para o convívio pacífico e respeitoso entre pessoas de diferentes crenças. 

Como dizia Gandhi “Não quero que minha casa seja cercada por muros de todos os lados e que as minhas janelas estejam tapadas. Quero que as culturas de todos os povos andem pela minha casa com o máximo de liberdade possível”.

Isto não significa a perda das próprias raízes e convicções, ao contrário, significa maior clareza de suas próprias opções a ponto de ter os braços e as mãos livres para dá-los aos demais respeitando o direito à diferença e à liberdade de opção religiosa, inclusive a liberdade de não possuir crenças religiosas...
Arlindo Rocha 

A origem da Suástica




A suástica não nasceu com o partido nazista alemão. Esse símbolo foi encontrado em culturas do neolítico (pelo menos 4 mil a.C) e sua presença é também constatada em diversas outras culturas antigas como a bizantina na Europa, pelos maias e astecas na América Central e índios navajos na América do Norte. Foi um símbolo usado também pelos hinduistas, budistas e jainstas da Índia.



Diferente do seu significado atual, a suástica dentro da maioria das culturas era símbolo de coisas boas, de boa sorte. No sânscrito, língua antiga, a palavra svastika significa "condutora de bem-estar".


Como símbolo de boa-sorte a suástica era usada para ornamentar objetos domésticos e até moedas.

Foram trabalhos acadêmicos de jovens alemães no século XIX que defenderam a ideia de que os indianos e os alemães tiveram a mesma origem nos povos arianos. A partir daí os movimentos antissemitas começaram a usar a suástica na defesa do nacionalismo alemão. Mas foi o poeta alemão Guido List que sugeriu o seu uso em 1920 como símbolo do Partido Nacional Alemão.

Até 1930 a suástica era um símbolo comum usado inclusive por empresas como a coca-cola e mesmo por escoteiros-mirins.

Os pesquisadores levantam hipóteses que a suástica pode ter sido nas culturas antigas símbolo de fertilidade, uma roda de vento, cometa, símbolo de uma deusa ou mesmo símbolo de um pássaro

Prof. Guto Josman

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Na Bíblia, qual foi o único momento em que Cristo foi violento?


Carregado por: CANAL BOLADA,11/01/2018
“A religião sempre foi um negócio rentável. E se acontecer de você ser um pregador evangélico brasileiro, as chances de ganhar na loteria celestial são realmente muito altas hoje em dia”. 
Fonte: Forbes  


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Qual a diferença entre árabe, curdo, turco, persa, sunita e xiita?

Não confunda: árabes, curdos, turcos e persas são grupos étnicos que habitam diferentes países; já sunitas e xiitas são vertentes da religião islâmica.

Para começar, é preciso fazer uma distinção básica: árabes, curdos, turcos e persas são grupos étnicos, enquanto xiitas e sunitas são seguidores de correntes do islamismo. Nem todo muçulmano é árabe, nem todo árabe é muçulmano.

Os árabes são o maior grupo étnico do Oriente Médio. São maioria no Egito, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, nos países da península Arábica e nos territórios sob a Autoridade Palestina. Também estão presentes nos países do norte da África, reunindo ao todo 415 milhões de pessoas. O grupo é originário da península Arábica, de onde se espalharam, a partir do século 7, em uma grande corrente migratória provocada pela expansão do islamismo. O principal fator que os une, porém, não é a religião, mas a língua, que pertence ao tronco semítico (assim como o hebraico).

Os persas são descendentes de povos indo-europeus que chegaram à região do Irã através da Ásia Central por volta do ano 1000 a.C. A língua é escrita em caracteres árabes, mas é parente da nossa. “Sendo uma língua indo-europeia, o persa é mais próximo do português que do árabe”, afirma Paulo Daniel Farah, professor de Língua, Literatura e Cultura Árabes da Universidade de São Paulo.

Os turcos são originários da Ásia Central, de onde migraram por volta do século 10. Eles formam mais de 80% dos habitantes da Turquia. O idioma era escrito em caracteres árabes até 1929, quando se adotou o alfabeto latino. Não confunda árabe com turco. Durante seis séculos, até a Primeira Guerra Mundial, os árabes do Líbano e da Síria foram dominados pelo Império Turco-Otomano. A confusão veio dos passaportes que eles usavam para entrar no Brasil – o documento era turco, mas o portador era árabe.

Os curdos são o maior grupo étnico sem Estado do mundo. Embora não haja um número exato dessa população, o Instituto Curdo de Paris, uma entidade que se dedica a estudar esse grupo, estima que existem entre 36,4 milhões e 45,6 milhões de curdos no mundo. Eles ocupam um território de cerca de 500 mil quilômetros quadrados – maior que o do Iraque – que engloba parte da Turquia, Irã, Iraque, Síria, Armênia e Azerbaijão. O idioma curdo é indo-europeu, como o persa, mas a grafia varia. “Os curdos da Turquia usam o alfabeto latino. Os da Síria, Iraque e Irã usam o árabe”, diz Farah.

Religião
Mais de 90% da população do Oriente Médio professa o islamismo. A religião, que conta com 1,8 bilhão de fiéis em todo o mundo, tem duas principais vertentes: o sunismo e o xiismo. Os sunitas são maioria, cerca de 85% do total. A palavra vem do árabe sunnat annabi (“tradição do profeta”). Os xiitas são maioria apenas no Irã, Iraque e Barein.

Essa divisão existe por causa de uma disputa para decidir quem seria o legítimo sucessor político e religioso do profeta Maomé – a sua linha sucessória não estava clara. Isso gerou uma briga entre seus familiares após sua morte, e desde então os islâmicos se dividiram em vertentes com visões distintas de como as autoridades, os califas, deveriam ser escolhidos.

1. Meca
É a cidade mais sagrada para todos os muçulmanos. Ali está o santuário da Caaba, local de peregrinação anual (hajj) construído por Abraão, o patriarca bíblico. Todo fiel deve fazer suas cinco orações diárias voltado para Meca.

2. Jerusalém
O maior centro de tensão do Oriente Médio é a terceira cidade mais sagrada para os sunitas (cristãos e judeus também a têm como santuário). Lá está a mesquita do Domo da Rocha, de onde Maomé teria ascendido aos céus.

3. Karbana
Santuário xiita onde está o túmulo de Hussein, neto de Maomé. Ele acreditava ser o sucessor do profeta, mas quem assumiu o trono foi Yazid. Seu assassinato marcou o cisma entre os xiitas – seguidores de Ali, pai de Hussein – e os sunitas.

4. Najaf
A cidade é o terceiro local de adoração dos xiitas. Lá está o túmulo de Ali, genro de Maomé e pai de Hussein. Os xiitas consideram Ali o sucessor de Maomé. A cidade é aberta a não muçulmanos, ao contrário de Meca e Medina.

5. Medina
Guarda os restos mortais do profeta Maomé e foi a cidade para onde o profeta fugiu. Essa fuga, no ano de 622, é chamada de Hégira e marca o início do calendário muçulmano. É o segundo local mais sagrado para qualquer fiel do Islã.

6. Mashad
É onde está o túmulo do imã Ali al Rida, mártir para os muçulmanos xiitas. Centro importante de peregrinação no Irã, Mashad é considerada a quinta cidade mais sagrada do xiismo (o quarto lugar é ocupado por Karbala).

Fonte: 
Jornal Online Super interessante. Qual a diferença entre árabe, curdo, turco, persa, sunita e xiita? Disponível em:https://super.abril.com.br/historia/qual-a-diferenca-entre-arabe-curdo-turco-persa-sunita-e-xiita/;. Acesso em 08/01/20220