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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Aspetos importantes da Ciência da Religião

 


A Ciência da Religião é uma disciplina autônoma, que converge saberes das ciências humanas para investigar a complexidade dos fenômenos religiosos. Este campo interdisciplinar busca compreender as manifestações religiosas sob diversas perspectivas, incluindo história, antropologia, sociologia, filosofia (...).

Explora-se não apenas as crenças teológicas, mas também as práticas rituais, símbolos e impactos socioculturais das religiões ao longo do tempo e em diferentes contextos.

A abordagem da Ciência da Religião envolve uma análise crítica e reflexiva, promovendo o diálogo entre diferentes tradições e correntes de pensamento. Examina-se o papel das religiões na formação de identidades individuais e coletivas, assim como seu impacto nas estruturas sociais e políticas.

Ao estudar a diversidade de expressões religiosas, a Ciência da Religião contribui para a compreensão da complexidade cultural, promovendo a tolerância e o respeito à pluralidade de crenças. 

Além disso, busca-se desmistificar preconceitos e estereótipos associados a práticas religiosas, estimulando uma análise crítica que transcenda as fronteiras dogmáticas.

Assim, a Ciência da Religião emerge como um campo vital para a compreensão das dinâmicas que permeiam a experiência religiosa, oferecendo insights valiosos para a construção de uma sociedade mais inclusiva e informada.

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Dez diferenças entre Teologia e Ciência da Religião

 


A Teologia e a Ciência da Religião são duas disciplinas acadêmicas distintas, embora ambas estejam relacionadas ao estudo das religiões. Essas duas disciplinas muitas vezes são confundidas, por isso, para desmistificar, resolvemos elencar uma lista de diferenças entre ambas.  



Abaixo estão dez diferenças fundamentais entre elas:

1. Objeto de estudo:
Teologia: Concentra-se no estudo específico de uma religião ou sistema de crenças, como o cristianismo, islamismo ou hinduísmo, buscando compreender e interpretar as doutrinas e ensinamentos dessas tradições.
Ciência da Religião: Aborda o estudo comparativo e científico das religiões como fenômenos culturais e sociais, sem se ater a uma religião específica.
2. Abordagem:
Teologia: Geralmente adota uma perspectiva de fé e crença, buscando compreender a religião a partir de uma visão interna, muitas vezes ligada à comunidade de crentes da religião em questão.
Ciência da Religião: Toma uma abordagem mais objetiva e acadêmica, analisando as religiões a partir de uma perspectiva externa, utilizando métodos científicos e históricos.
3. Crença:
Teologia: Parte do pressuposto da existência de Deus ou deuses, e os estudos podem ser fundamentados na fé e nos textos sagrados da religião em questão.
Ciência da Religião: Busca ser neutra em relação às crenças religiosas, tratando as religiões como fenômenos sociais e culturais passíveis de análise.
4. Propósito:
Teologia: Geralmente visa fortalecer a fé e a compreensão interna dos crentes, buscando aprofundar sua relação com o divino e sua religião.
Ciência da Religião: Busca entender as origens, desenvolvimento, práticas e impacto das religiões no contexto histórico e cultural.
5. Método de pesquisa:
Teologia: Faz uso de fontes religiosas, textos sagrados e tradições teológicas como principais fontes de pesquisa.
Ciência da Religião: Utiliza métodos interdisciplinares, incluindo antropologia, sociologia, história e filosofia, além de fontes religiosas.
6. Perspectiva:
Teologia: Tende a ser subjetiva, influenciada pelas crenças e valores da religião estudada.
Ciência da Religião: Busca ser objetiva e imparcial, analisando as religiões com distanciamento crítico.
7. Enfoque na divindade:
Teologia: Explora a natureza de Deus ou divindades centrais de uma religião.
Ciência da Religião: Analisa a diversidade de concepções sobre deidades e sua relevância nas sociedades humanas.

8. Contexto histórico:
Teologia: Considera o desenvolvimento histórico da religião, mas com foco nas doutrinas e ensinamentos ao longo do tempo.
Ciência da Religião: Analisa as religiões em contextos históricos mais amplos, incluindo influências culturais, políticas e sociais.
9. Natureza das conclusões:
Teologia: Pode levar a conclusões baseadas na fé, não necessariamente verificáveis empiricamente.
Ciência da Religião: Procura chegar a conclusões baseadas em evidências e análises objetivas.
10. Aplicação prática:
Teologia: Tem aplicação principalmente dentro das comunidades religiosas e no contexto do ensino religioso em instituições de fé.
Ciência da Religião: Pode ser aplicada em diversas áreas, como estudos culturais, antropologia, sociologia, diplomacia inter-religiosa e políticas públicas.
Apesar das diferenças, ambas as disciplinas desempenham um papel importante na formação de uma sociedade mais humana, compreensiva, íntegra, justa, pacífica, tolerante (...) fundamentada no diálogo, na compreensão e no respeito.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Dez Tópicos Importantes Sobre o Pluralismo Religioso

 


O pluralismo religioso é uma abordagem que reconhece e valoriza a diversidade de crenças e práticas religiosas em uma sociedade. Essa perspectiva busca a coexistência pacífica e respeitosa entre as diferentes tradições religiosas, promovendo a liberdade de escolha e expressão religiosa para todos os indivíduos. 

O pluralismo religioso incentiva o diálogo inter-religioso, buscando pontos em comum e entendimento mútuo, ao mesmo tempo em que respeita as diferenças e evita conflitos sectários. É uma abordagem que enaltece a importância da tolerância, do respeito e da convivência harmoniosa, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva, diversa e culturalmente rica.


 Em seguida listamos dez tópicos importantes sobre o pluralismo religioso 

 

1. Pluralismo religioso: Se refere à coexistência de diferentes crenças e práticas religiosas em uma mesma sociedade ou comunidade.

2. Liberdade religiosa: A liberdade religiosa é um pilar fundamental do pluralismo religioso, garantindo que os indivíduos tenham o direito de escolher, praticar e expressar livremente suas crenças.

3. Respeito e tolerância: O respeito mútuo e tolerância entre os adeptos de diferentes religiões, promove a compreensão e o diálogo inter-religioso.

4. Diálogo inter-religioso: O diálogo entre as diversas tradições religiosas, visa encontrar pontos em comum e resolver eventuais conflitos ou mal-entendidos.

5. Contribuição para a diversidade cultural: O pluralismo religioso enriquece a diversidade cultural de uma sociedade, permitindo a preservação e celebração das tradições religiosas e seus valores.

6. Desafios do pluralismo religioso: O pluralismo religioso busca o equilíbrio entre as diferentes crenças e busca minimizar a discriminação religiosa, o fundamentalismo e o sectarismo.

7. Papel do Estado e laicidade: O Estado deve garantir o pluralismo religioso e a laicidade, que implica na separação das instituições religiosas e governamentais.

8. Educação inter-religiosa: Os programas educacionais promovam a compreensão e o respeito mútuo entre as religiões desde a infância, visando a construção de uma sociedade mais inclusiva e harmoniosa.

9. Desmistificação de estereótipos religiosos: É importante desafiar estereótipos e preconceitos relacionados a diferentes crenças, evitando generalizações e promovendo a aceitação da diversidade religiosa.

10. Paz e coexistência: O pluralismo religioso pode contribuir para a construção de uma cultura de paz, onde as diferenças religiosas são valorizadas e utilizadas como uma força unificadora em vez de divisora.


Em suma, o pluralismo religioso é uma força poderosa para o fortalecimento da coesão social, da compreensão mútua e da promoção da paz. Ao abraçar a diversidade religiosa, as sociedades têm a oportunidade de construir um futuro mais tolerante, inclusivo e justo, onde a convivência pacífica entre pessoas de diferentes crenças e origens culturais é valorizada e celebrada como uma rica contribuição para a humanidade como um todo.

 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Dez curiosidades sobre a disciplina "Ciência da Religião"


A Ciência da Religião é uma disciplina acadêmica que surgiu no século XIX, na Alemanha, com o intuito de estudar as religiões de forma científica e imparcial. 

Max Müller, um dos fundadores, cunhou o termo "Ciência da Religião". Ela abraça a interdisciplinaridade, combinando métodos da filosofia, sociologia, psicologia, história e teologia. 

Baseado em estudos de caráter  sistemático ou empírico, analisa, não só, a experiência religiosa, mas também,  textos sagrados, compara crenças, estuda teorias de evolução das religiões. 


Portanto, sua abordagem acadêmica tem contribuído para uma compreensão mais ampla do fenômeno religioso na sociedade moderna.

Em seguida sumarizaremos "dez curiosidades históricas sobre a Ciência da Religião como disciplina acadêmica":


1. Origem da Ciência da Religião: A Ciência da Religião é uma disciplina acadêmica que surgiu no século XIX na Alemanha, com o objetivo de estudar e analisar as diferentes religiões do mundo de uma perspectiva não sectária e científica.

2. Max Müller e o termo "Ciência da Religião": O termo "Ciência da Religião" foi cunhado pelo famoso estudioso alemão Max Müller, que é considerado um dos fundadores da disciplina. Ele utilizou esse termo para descrever a abordagem científica ao estudo das religiões.

3. Influência da Antropologia: A Ciência da Religião foi grandemente influenciada pela antropologia cultural. Estudiosos como Émile Durkheim e Rudolf Otto contribuíram para a compreensão das origens e funções sociais das práticas religiosas.

4. Comparação entre Religiões: Uma das principais características da Ciência da Religião é a comparação sistemática entre diferentes religiões, com o objetivo de identificar padrões comuns e diferenças em suas crenças, rituais e estruturas sociais.

5. Abordagem Interdisciplinar: A Ciência da Religião incorpora métodos e abordagens de várias disciplinas, como filosofia, sociologia, psicologia, história, teologia e linguística, para uma compreensão abrangente das religiões.

6. Estudo dos Textos Religiosos: Os estudiosos da Ciência da Religião analisam os textos sagrados das várias tradições religiosas, buscando entender seu significado, contexto histórico e influência nas crenças e práticas dos seguidores.

7. Fenomenologia da Religião: Uma abordagem importante na Ciência da Religião é a fenomenologia da religião, que se concentra na experiência religiosa individual e coletiva, bem como nos símbolos e rituais que moldam a prática religiosa.

8. Secularização e Laicização: A Ciência da Religião também investiga o fenômeno da secularização e laicização, ou seja, o declínio da influência das instituições religiosas nas sociedades modernas e o crescimento da influência seculares.

9. O Desenvolvimento da Teoria da Evolução das Religiões: Alguns estudiosos da Ciência da Religião, como Edward Burnett Tylor e James George Frazer, propuseram teorias de evolução das religiões, buscando traçar uma progressão desde o animismo primitivo até as formas mais complexas de religião.

10. Impacto nos Estudos Religiosos: A Ciência da Religião teve um impacto significativo nos estudos religiosos e na forma como a religião é compreendida nas sociedades modernas. Sua abordagem acadêmica tem contribuído para uma visão mais objetiva e imparcial do fenômeno religioso.

 

Essas curiosidades oferecem um breve panorama da história e das abordagens da Ciência da Religião, uma disciplina que continua a evoluir e enriquecer nosso entendimento das crenças e práticas religiosas ao redor do mundo.

Dez vantagens do 'Ensino Religioso' baseado no modelo da 'Ciência da Religião'



O ensino religioso baseado no modelo de Ciência da Religião oferece diversas vantagens, proporcionando uma abordagem acadêmica e imparcial sobre as religiões e sua influência na sociedade.




Aqui estão dez vantagens do Ensino Religioso baseado no modelo da Ciência da Religião:


1. Abordagem científica: O ensino religioso baseado na Ciência da Religião utiliza métodos científicos para investigar e compreender as diversas tradições religiosas, suas origens históricas, crenças, práticas e rituais.

2. Neutralidade e imparcialidade: O modelo de Ciência da Religião busca ser neutro e imparcial ao tratar das diferentes religiões, evitando favorecer ou criticar qualquer uma delas. Isso contribui para um ambiente de aprendizado mais inclusivo e respeitoso.

3. Enfoque multidisciplinar: A Ciência da Religião integra conhecimentos de diversas áreas, como antropologia, história, sociologia, filosofia e psicologia, permitindo uma compreensão mais abrangente das religiões.

4. Estímulo ao pensamento crítico: Ao estudar as religiões sob uma perspectiva científica, os alunos são incentivados a questionar, analisar e avaliar as informações, desenvolvendo habilidades de pensamento crítico.

5. Fomento à tolerância religiosa: Ao apresentar diferentes religiões de forma objetiva, o ensino religioso baseado na Ciência da Religião promove a tolerância e o respeito à diversidade religiosa, contribuindo para a redução de preconceitos e discriminações.

6. Compreensão da cultura e história: Estudar as religiões auxilia na compreensão das culturas e histórias de diferentes sociedades, visto que a religião desempenhou um papel fundamental na formação de muitas civilizações.

7. Análise de tendências religiosas: A Ciência da Religião acompanha as mudanças e tendências nas práticas e crenças religiosas, fornecendo insights relevantes sobre a dinâmica e evolução das religiões ao longo do tempo.

8. Contribuição para a educação intercultural: Ao conhecer e compreender as religiões de diversas culturas, os alunos desenvolvem uma mentalidade mais aberta e intercultural, o que é fundamental em uma sociedade globalizada.

9. Incentivo à liberdade religiosa: O ensino religioso baseado na Ciência da Religião promove a liberdade de crença, permitindo que os estudantes conheçam diferentes perspectivas religiosas e façam escolhas informadas sobre suas próprias convicções.

10. Reflexão sobre questões éticas e morais: Ao explorar as doutrinas e valores das religiões, os alunos são incentivados a refletir sobre questões éticas e morais, desenvolvendo uma consciência crítica em relação ao comportamento humano e suas motivações.

 

Em resumo, o ensino religioso baseado no modelo de Ciência da Religião oferece uma perspectiva acadêmica e enriquecedora sobre as religiões, promovendo a compreensão mútua, o respeito à diversidade e o desenvolvimento pessoal dos alunos.


quinta-feira, 20 de julho de 2023

DEZ SAÍDAS PARA O CIENTISTA DA RELIGIÃO


O "Cientista da Religião" é um profissional com formação em Ciência da Religião e habilidades multidisciplinares, capacitado para explorar, analisar e interpretar as complexidades das religiões no contexto humano.


Com uma variedade de oportunidades em diferentes campos, o cientista da religião pode escolher entre diversas saídas profissionais.


Abaixo estão listadas Dez possibilidades de carreira para o Cientista da Religião: 


1. Academia: A carreira acadêmica é uma das opções mais comuns para o Cientista da Religião. Ele pode se tornar um professor, pesquisador ou palestrante em universidades e instituições de ensino superior, contribuindo para a formação de novos profissionais e avançando o conhecimento nessa área.

2. Pesquisador independente: O Cientista da Religião pode seguir uma carreira como pesquisador independente, conduzindo estudos e projetos de pesquisa sobre temas religiosos específicos. Essa abordagem permite liberdade para investigar áreas de interesse pessoal em profundidade.

3. Consultor em assuntos religiosos: Com seu conhecimento abrangente sobre religiões, o Cientista da Religião pode atuar como consultor para organizações governamentais, empresas e ONGs que lidam com questões religiosas, promovendo uma melhor compreensão intercultural e inter-religiosa.

4. Assessor religioso: Algumas instituições, como hospitais, prisões ou forças armadas, podem empregar Cientistas da Religião como assessores religiosos. Nessa função, eles oferecem suporte espiritual e aconselhamento para pacientes, detentos e membros das forças armadas.

5. Jornalismo e mídia: O Cientista da Religião pode trabalhar como jornalista especializado em assuntos religiosos, escrevendo artigos, reportagens e análises para veículos de comunicação. Também pode ser convidado como especialista para programas de rádio, TV e podcasts que discutem temas religiosos.

6. Gestão de patrimônio religioso: O patrimônio religioso é uma área importante em várias culturas. O Cientista da Religião pode se envolver na gestão e preservação de locais sagrados, museus e centros de peregrinação, contribuindo para a valorização e compreensão da história religiosa.

7. Mediação e diálogo inter-religioso: Com suas habilidades de comunicação e compreensão das diferentes religiões, o Cientista da Religião pode trabalhar como mediador em diálogos inter-religiosos, promovendo a tolerância, o respeito e a cooperação entre diferentes tradições.

8. Escritor e autor: Muitos Cientistas da Religião se dedicam à escrita de livros, ensaios e artigos acadêmicos ou de divulgação, compartilhando suas pesquisas e ideias com o público em geral ou com colegas acadêmicos.

9. ONGs e organizações humanitárias: Organizações não governamentais que atuam em áreas afetadas por questões religiosas podem empregar Cientistas da Religião para ajudar a entender as dinâmicas religiosas locais e facilitar ações humanitárias sensíveis a essas questões.

10. Políticas públicas e diplomacia: Em âmbito governamental, o Cientista da Religião pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que abordem questões religiosas, bem como desempenhar um papel em missões diplomáticas, facilitando o diálogo com outras nações sobre temas religiosos.

 

Essas são apenas algumas das saídas profissionais possíveis para o cientista da religião. Com sua formação interdisciplinar e conhecimentos sobre as religiões, ele pode contribuir significativamente em várias áreas, buscando promover a compreensão mútua, a diversidade cultural e a coexistência pacífica.

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DEZ CURIOSIDADES SOBRE A "CIÊNCIA DA RELIGIÃO"

 


A disciplina "Ciência da Religião" é um campo de estudo interdisciplinar que se dedica a investigar e analisar as diversas manifestações religiosas presentes na sociedade. Ela busca compreender as crenças, práticas e significados atribuídos às religiões ao longo do tempo e em diferentes culturas. 


Nesse contexto, existem muitas curiosidades interessantes sobre essa área fascinante. Aqui estão 10 delas:


1. Origens históricas: A Ciência da Religião tem suas raízes no século XIX, quando começou a emergir como uma disciplina acadêmica nos círculos universitários europeus. Seu desenvolvimento foi influenciado por diversas correntes do pensamento, incluindo o evolucionismo, o positivismo e o historicismo.

2. Abordagem interdisciplinar: Como campo interdisciplinar, a Ciência da Religião integra conceitos e métodos de áreas como antropologia, sociologia, história, filosofia, psicologia, estudos literários e teologia. Essa abordagem holística permite uma compreensão mais profunda e ampla das religiões.

3. Objetividade acadêmica: Ao estudar religiões, os pesquisadores da Ciência da Religião buscam uma postura neutra e objetiva. Eles não estão preocupados em validar ou invalidar crenças religiosas, mas sim em analisar as práticas, rituais, símbolos e doutrinas sob uma perspectiva acadêmica.

4. Fenomenologia religiosa: Uma abordagem comum na Ciência da Religião é a fenomenologia religiosa (muito criticada), que procura descrever as experiências religiosas tal como são vivenciadas pelos adeptos, sem fazer juízos de valor. Isso permite compreender as diferentes formas de religiosidade em sua diversidade cultural.

5. Teorias da secularização: Outra vertente importante de estudo é a análise da secularização e da secularidade na sociedade moderna. A Ciência da Religião explora como as religiões se adaptam ou mudam ao enfrentar o contexto secularizado em muitas partes do mundo.

6. Religiões comparadas: A disciplina da Ciência da Religião oferece uma perspectiva comparativa, possibilitando a compreensão das semelhanças e diferenças entre as religiões do mundo. Isso leva a insights sobre temas universais, como a busca do sentido da vida e a transcendência.

7. Diálogo inter-religioso: Com base no conhecimento adquirido, a Ciência da Religião desempenha um papel relevante no fomento ao diálogo inter-religioso, promovendo a compreensão mútua entre diferentes tradições religiosas.

8. Religião e política: O estudo da relação entre religião e política é uma área de interesse crescente na Ciência da Religião. Isso inclui a análise do papel desempenhado pelas religiões nas questões políticas, nos movimentos sociais e na formação de identidades nacionais.

9. Fundamentalismo religioso: A Ciência da Religião também investiga os fenômenos do fundamentalismo religioso e do fanatismo, analisando as causas e as consequências desse tipo de comportamento.

10. Religiosidade contemporânea: Com o avanço da globalização e das tecnologias de comunicação, a Ciência da Religião se dedica a compreender as transformações da religiosidade contemporânea, como novos movimentos religiosos, espiritualidades alternativas e a influência da internet na disseminação de crenças.

 

Em resumo, a Ciência da Religião é uma disciplina que proporciona uma perspectiva valiosa sobre as religiões e seu impacto na sociedade, possibilitando o entendimento dos fenômenos religiosos sob uma luz acadêmica, respeitando a diversidade e promovendo a coexistência pacífica entre diferentes tradições de fé.


Estado Laico e Estado Ateu: Compreendendo suas Diferenças

 


Os termos "Estado laico" e "Estado ateu" referem-se a conceitos distintos relacionados à relação entre religião e governo em uma sociedade. 

Ambos os modelos têm como objetivo garantir a liberdade religiosa, mas suas abordagens para alcançar esse objetivo são diferentes. 


Vamos explorar as principais características e diferenças entre um Estado laico e um Estado ateu:


Estado Laico:

Um Estado laico é aquele em que as instituições governamentais são oficialmente separadas de qualquer organização religiosa. Nesse modelo, o governo não adota nenhuma religião específica como oficial ou dominante e não promove nenhuma crença religiosa em particular. Em vez disso, busca-se garantir a liberdade religiosa para todos os cidadãos, permitindo que cada indivíduo tenha suas próprias crenças e pratique sua fé sem interferência estatal.

 

Principais características de um Estado laico:

Separação entre Igreja e Estado: A religião não tem papel oficial no governo, e o Estado não influencia a prática religiosa.

Neutralidade Religiosa: O Estado não favorece nem discrimina qualquer religião, tratando todos os cidadãos com igualdade, independentemente de suas crenças.

Liberdade Religiosa: Garante-se aos cidadãos o direito de seguir sua própria religião ou de não seguir nenhuma.

Espaço Público Plural: As instituições públicas e as políticas governamentais não são baseadas em doutrinas religiosas específicas.


Estado Ateu:

Um Estado ateu, por outro lado, é aquele em que o governo expressamente nega a existência de qualquer entidade divina ou divindade e proíbe a prática religiosa de seus cidadãos. Nesse modelo, a religião é vista como uma crença sem fundamento e é suprimida pelo Estado. 

Essa abordagem é muito mais rara na prática, já que a maioria dos países modernos adota o princípio do Estado laico.


Principais características de um Estado ateu:

Negativa da Religião: O Estado afirma que não há existência de qualquer deus ou ser divino, negando assim qualquer crença religiosa.

Proibição da Prática Religiosa: A religião é suprimida e proibida pelo governo, o que pode levar a restrições severas à liberdade religiosa dos cidadãos.

Ateísmo como Ideologia Oficial: O ateísmo é promovido e aceito como a ideologia oficial do Estado.

 

Diferenças entre Estado Laico e Estado Ateu:

A principal diferença entre um Estado laico e um Estado ateu reside no tratamento da religião pelo governo. Enquanto o Estado laico busca proteger a liberdade religiosa e separar as instituições governamentais das questões religiosas, o Estado ateu nega e proíbe a religião, considerando-a como uma crença inválida ou perigosa.

Embora ambos os modelos possam ter como objetivo garantir a liberdade de consciência, a abordagem do Estado laico é amplamente adotada em muitos países como uma forma de garantir a diversidade religiosa e a coexistência pacífica entre diferentes crenças, respeitando a liberdade de escolha individual. O Estado ateu, por sua vez, é menos comum e pode gerar tensões e conflitos, já que restringe a liberdade religiosa e viola o direito das pessoas de expressar suas crenças e valores espirituais.

 

Em suma, o Estado laico busca criar um ambiente em que as diversas crenças possam coexistir harmoniosamente, enquanto o Estado ateu procura eliminar qualquer expressão religiosa, adotando o ateísmo como ideologia oficial.

domingo, 19 de junho de 2022

A VENERAÇÃO DOS "SANTOS" E A FORÇA DOS SIMBOLOS NA SOCIEDADE LAICA

(a propósito de um artigo do meu amigo Padre Antonio Fidalgo)

"Com a Reforma de Calvino e Lutero, as igrejas protestantes aboliram o culto das imagens, virando as costas à Igreja Católica Apostólica Romana. Desde esses tumultuosos anos do século XVI, diversas confissões protestantes foram emergindo. O cristianismo moderno é multiconfessional, com igrejas e seitas evangélicas a prosperarem pelo Brasil e Estados-Unidos da América.

A cruz, símbolo da cristandade, é para os cristãos, sem distinção, o que é o candelabro de sete braços para os judeus, ou o crescente lunar para os muçulmanos. O que diferencia as confissões cristãs é o conhecimento que cada uma reivindica da verdade bíblica conforme a sua própria exegética (no islão ainda é pior, com o Corão).

"A Bíblia proíbe imagens ou estátuas?" - o padre Antonio Fidalgo de Barros dissertou recentemente, na sua página Facebook, sobre este tema controverso da cristandade. E explica: - "Os católicos adoram as imagens dos santos? Claro que não. Eles veneram as imagens dos santos? Claro que sim. Eles adoram a Deus e veneram os santos".

Não me atrevo a meter foice nesta seara. Simples leigo, apenas tento compreender e interpretar o porquê das coisas nesta nossa sociedade laica. Esta é apenas uma achega, e será mera coincidência se parecer como uma "mãozinha" ao Padre Fidalgo, por sinal meu amigo.

Dito isto, pergunto: os católicos veneram realmente as imagens dos santos? Ou veneram os seus santos através delas? Ora, Padre Fidalgo faz uma nítida distinção entre "adorar" (a Deus)" e "venerar" (os santos), e eu vislumbro aqui uma subtileza: venerar uma imagem e venerar o que ela representa, não sei se é exatamente a mesma coisa! O "bezerro de ouro" do Antigo Testamento (Êxodo 32.1 – 6) não é a mesma coisa que a imagem de S. António, como objecto de culto! Quero crer que as estátuas não encarnam os "santos", antes os representam - e que é a este título que se compreende o louvor ou "veneração".

Então, "idolatria" ou simbologia? Pensando bem, a sacralização de ícones e símbolos existe igualmente na sociedade secular, ou seja fora das igrejas e templos. Todas as nações "veneram", por assim dizer, os seus símbolos fundadores. Uma bandeira é um pedaço de tecido, mas ninguém vê mal em mostrar reverência à sua bandeira, que os eleitos se inclinem perante ela, que a tropa lhe faça a continência! Porque aquele pedaço de pano simboliza a pátria, e à pátria devemos respeito. Entoamos de pé o hino nacional porque não é uma toada qualquer - é a voz da nação nos momentos solenes e nas competições internacionais! Qualquer caboverdeano se comove ao ver desfraldada a nossa bandeira lá fora; ao ouvir os nossos briosos "Tubarões Azuis" entoar o hino de Cabo Verde com a mão no peito.

É assim: os católicos louvam os seus "santos" como os cidadãos comuns reverenciam a bandeira. Em ambos os casos, estamos perante representações subliminares que transcendem simples objectos de pano ou de barro.

Mais um exemplo? O dinheiro - para os gananciosos, o mais "venerado" de todos os símbolos! A atração pelo dinheiro (que em demasia é cupidez) não o é pelos pedaços de papel ou de metal que circulam de mão em mão, mas sim pela riqueza, poder ou prosperidade que representam. Quando uma moeda ou nota bancária é retirada de circulação, já não interessa a ninguém, a não ser a algum coleccionador.

Icones e os símbolos só valem, pois, por aquilo que representam: um pedaço de pano representa uma nação, um pedaço de papel representa riqueza, uma estátua representa um herói... ou um santo!

Enfim - política, futebol e religião, cada um sabe de si... mas a tradição tem a pele dura: neste mês das festas juninas, o povo acredita que do alto dos seus andores, três santos nos contemplam!"


Mantenhas da terra-mãe, 19 de junho 2022

FONTE: FACEBOOK - DAVID LEITE - Mindelo Cabo Verde

segunda-feira, 25 de abril de 2022

O 'Dom da Graça' – da Teologia à Política




No século V da nossa era, “graça” foi um dos temas mais polêmicos que colocou o ‘Monge Pelágio’ e ‘Santo Agostinho’, em lados opostos.

Pelágio defendia que a ‘graça’ já está no homem de forma ‘suficiente’ de tal modo que bastava fazer bom uso do livre-arbítrio para realizar o bem.

Agostinho defendia que a ‘graça’ presente no homem depois da queda adâmica é ‘insuficiente’. Apenas a ‘graça eficaz’ regenera a vontade corrompida pela queda e possibilita o homem cooperar com Deus.

Os tomistas, defendiam uma posição mediana: Deus concede a todos os homens a ‘graça suficiente’, mas a alguns somente a ‘graça eficaz’ necessária para que a ‘graça suficiente’ produza seus frutos.

Essa polêmica foi retomada na França do séc. XVII entre jansenistas (herdeiros da tradição agostiniana) jesuítas (herdeiros da tradição pelagiana). Em verdade o que estava em jogo era da autossuficiência 'versus' insuficiência humana. A ‘graça’ era uma questão soteriológica (salvação). Em outras palavras, a controvérsia opunha o discurso afirmativo da autonomia humana 'contra' a tendência em desfavor dessa mesma autonomia.

Nesse novo cenário, Blaise Pascal deu um brilho permanente a esses debates teológicos, tendo redigido ‘Os escritos sobre a graça’, uma obra teológica em que manifesta sua aderência à posição jansenista contra o pelagianismo jesuítico.

Da Teologia francesa do século XVII a Política brasileira do séc. XXI, muita coisa mudou. Quem tinha o real poder de conceder a ‘graça’, foi relegado ao segundo Plano. Neste ‘continente’, o falso ‘Messias’ já pode conceder a graça a quem bem entender.

Conclusão: Pelágio 'ganhou' e Santo Agostinho perdeu. O homem 'ganhou' e Deus perdeu.

Caso queira aprofundar mais sobre o tema adquira meu livro: "Paradoxos da Condição Humana".