Arquipélago de Cabo Verde (país insular) é formado
por 10 Ilhas e fica situada na Costa Ocidental africana, ocupando uma área de
aproximadamente de 4.000 quilômetros quadrados. Atualmente a população total é
de 529
400 habitantes. Porém, de acordo com o Jornal Público “Cabo Verde é o país que
tem mais gente fora do que dentro.” A diáspora é uma das grandes fontes de receitas do
país, chamado da 11.ª ilha pela importância e impacto na economia e na cultura de
Cabo Verde.
O arquipélago foi descoberto pelos
portugueses (Diogo Gomes a serviço de do Infante D. Henrique, a mais importante figura do inicio da era das descobertas), na década de 1450 a 1460, mas, há quem diga que povos Árabes já haviam estado
nas ilhas a procura de sal que, na época, era considerada uma especiaria, mas
não existem documentos que comprovem essa teoria.
O povoamento só começou anos
depois em 1462, devido a sua situação geoestratégica privilegiada, situada
entre três continentes, Europa, América e África. Inicialmente funcionou como um
entreposto comercial do tráfico negreiro. Africanos do continente eram
capturados (escravizados), e levados para o arquipélago onde eram ladinizados, para
mais tarde seguiam para trabalhar nas produções de cana-de-açúcar, café e
algodão no Brasil e nas Antilhas.
Em Cabo Verde, foi erigida a
primeira cidade europeia nas colônias, a Cidade de Ribeira Grande, atualmente patrimônio mundial da UNESCO[1].
Ficou ativa por mais de três séculos, antes que a capital fosse transferida
para cidade de Praia, atual Capital de Cabo Verde.
Os cabo-verdianos professam
maioritariamente à religião Católica (mais de 90%). Outras
denominações cristãs também estão implantadas em Cabo Verde, com destaque para
os protestantes. A Igreja Universal do Reino de Deus também tem
seguidores em Cabo Verde. Por isso, a liberdade religiosa é garantida pela
Constituição e respeitada pelo governo.
Em 1466, quando chegaram à
Ribeira Grande, os primeiros capuchinhos, terão encontrado já construído uma
igreja, levando a supor que clérigos da Ordem de Cristo os tivessem ali
precedido desde 1462, altura em que foi constituída a freguesia de Ribeira
Grande.
Nos anos que seguiram, a Igreja
foi acompanhando a fixação de povoações em Santiago e no Fogo, e construindo
templos para o culto, entrando Cabo Verde na dependência da Diocese do Funchal
em 1514.
Em 1533, altura em que Ribeira
Grande ascende a cidade, é criada a respetiva Diocese, com o nome de Santiago,
e nomeado primeiro bispo de Cabo Verde cuja jurisdição se estendia também às
populações da Guiné, do rio Gâmbia ao Cabo das Palmas (Costa do Marfim).
Regista-se neste período um vigor
religioso intenso, testemunhado pela construção de inúmeros edifícios religiosos,
como atrás ficou descrito, com destaque para a sé catedral, a igreja e a Casa
da Misericórdia, e o Paço Episcopal. Em 1570 o provimento de cargos
eclesiásticos passou a ser feito localmente e por candidatura, resultando na
sua progressiva ocupação pelos clérigos locais.
Em 1582 a Igreja abrange já o
essencial do arquipélago, com duas grandes paróquias em Santiago (Ribeira
Grande e N. Senhora da Graça da Praia) e oito menores, ditas “de fora”. Em
Julho de 1604 chega uma missão de jesuítas à Ribeira Grande, que é reforçada em
1607, e em 1610 já tem um colégio em funcionamento, numa prova clara da missão
de ensinar que sempre acompanhou a Igreja, e que em Cabo Verde explica a
vertente do desenvolvimento do ensino que desde cedo emergiu na sociedade
cabo-verdiana.
Na sequência da criação pela
Santa Sé da Congregação para a Propagação da Fé, em Roma, em 1623, passam a
chegar, entretanto missionários de outras nacionalidades, especialmente
capuchinhos e franciscanos, interrompendo em 1642 os jesuítas, infelizmente, a
sua presença no arquipélago.
A partir de 1676 os bispos que
chegam a Ribeira Grande eram franciscanos, e desenvolvem uma ação religiosa
sustentada em sintonia com a comunidade de padres franciscanos que ocupa as
paróquias.
Até que, em 1754, inaugura-se um
novo ciclo, com Pedro Jacinto Valente, da Ordem de Cristo, dominava a Ribeira
Grande o famoso e omnipotente capitão-mor António Barros Bezerra de Oliveira. Finalmente,
em 1866, o sonho de todos os bispos de Cabo Verde, o de abrir um seminário em
que fosse ministrado ensino adequado ao clero cabo-verdiano. Porém, contribuíram
mais para a formação de elites eruditas na sociedade cabo-verdiana que para a
ordenação de ministros da Igreja.
Já no século XX (1941) chegaram a
Santiago e ao Maio os padres do Espírito Santo, uma congregação religiosa muito
pujante de origem francesa, que desenvolveram um trabalho religioso que
refletiu a modernização que a Igreja Católica
Foi precisamente dos Padres do
Espírito Santo que emergiu o primeiro bispo cabo-verdiano, Paulino Évora
(1975/2009). Outro cabo-verdiano, Arlindo Furtado, ocupa em 2003 a cabeça da
segunda diocese do país, então criada no Mindelo, dividindo-se assim o país
pelas dioceses de Sotavento e Barlavento.
Por resignação de D. Paulino
Évora em 2009, passou para a frente da diocese da Praia D. Arlindo Furtado (atualmente foi nomeado pelo para Francisco, o primeiro cardeal católico cabo-verdiano), numa altura em que boa parte dos padres em Cabo Verde são nacionais, oriundos
do Seminário de S. José, do qual, mais uma vez, à semelhança do que se passara
em S. Nicolau no séc. XIX, tem emergido bom número de cidadãos que passam a
integrar o escola da sociedade civil.
Fontes:
[Cidade Velha Património Mundial UNESCO] Disponível
em: < http://cidadevelha.com/cidade-velha-patrimonio-mundial-unesco/>.
Acesso em 22/12/2016.
[Papel da Igreja Católica na Construção da Sociedade
Cabo-Verdiana] . Disponível em <http://www.caboverde-info.com/Identidade/Historia/Papel-da-Igreja-Catolica-na-Construcao-da-Sociedade-Cabo-Verdiana>.
Acesso em 22/12/2016.
[1] A Cidade Velha (localizada em
Cabo Verde) foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade no dia 26 de junho
de 2009, numa decisão da UNESCO, órgão da União das Nações Unidas (ONU) que
cuida da educação e da cultura.
A decisão da UNESCO põe termo a
um projeto iniciado há uma década e vai permitir o desenvolvimento daquele que
foi o primeiro núcleo populacional surgido na ilha de Santiago (Cabo Verde)
[...] Também conhecida por Ribeira Grande de Santiago, a localidade foi
descoberta pelos portugueses em 1460. E, dois anos mais tarde, foi lá criada a
primeira cidade do mundo construída por europeus nos trópicos, mais
precisamente por Portugal, tornando-se a primeira capital do arquipélago,
título que ostentou até 1770, quando se deu a passagem oficial para a Praia de
Santa Maria, a atual Cidade da Praia. O processo de candidatura da Cidade
Velha, 15 quilômetros a oeste da Cidade da Praia, arrastava-se há 10 anos, mas
ganhou impulso após a apresentação do dossiê à UNESCO, a 31 de Janeiro de 2008.
[Cidade Velha Património Mundial UNESCO] Disponível em: < http://cidadevelha.com/cidade-velha-patrimonio-mundial-unesco/>.
Acesso em 22/12/2016.
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