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domingo, 19 de setembro de 2021

Filosofia e Religião são inimigas?

 


Não existe consenso generalizado entre os grandes estudiosos sobre a seguinte questão: "RELIGIÃO E FILOSOFIA SÃO INIMIGAS? 

A resposta pode ser sim, ou não, dependendo muito da filiação religiosa ou filosófica de cada um.

Porém, muitos acreditam que uma precisa da outra. 

Por que? 

A resposta é óbvia, pois, uma não existe sem a outra, ou seja, não existe religião sem uma base filosófica nem filosofia sem raízes religiosas. Sendo assim, uma vive da outra e ambas se influenciam dando sustentação mútua.

Os ataques contra a religião do ponto de vista científico ou filosófico são ataques de um ponto de vista religioso adverso. 

A colisão entre ciência natural e religião cristã é, na verdade, entre o instinto da religião natural, fundido na observação natural científica, e o valor da consciência cristã do Universo que garante ao espírito sua preeminência no mundo natural. Esse instinto é o próprio instinto da racionalidade.

Uma tradição puramente racionalista é tão impossível quanto uma tradição puramente religiosa. 

O idealismo crítico de Kant, por exemplo, é de origem religiosa, e para salvar a religião, Kant ultrapassou os limites da razão depois de dissolvê-la, em certo modo, no ceticismo. 

O sistema de antítese, contradições e antinomias sobre a qual Hegel constitui seu idealismo absoluto se origina em Kant e essa raiz é uma raiz irracional.


[Do sentido do trágico da Vida]
Unamuno

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Homem - um enigma ambulante


Na impossibilidade de sabermos alguma coisa com absoluta certeza sobre o que é o Homem, vários pensadores tomaram para si a tarefa de defini-lo, o que não é de todo pacífico, pois, sua natureza é diversa.

O filósofo estoico Epiteto de Hierápolis (c. 50-130 d. C.) enfatizava, sobretudo, a grandeza e a dignidade da natureza humana ignorando assim, suas respetivas misérias...

Para o monge agostiniano Martinho Lutero (1483-1546), o homem é um ser corrompido, envenenado e pecaminoso, sua natureza e essência são impuras...

Segundo o fundador da Ciência Política Moderna, Nicolau Maquiavel (1469-1527), o homem é mau por natureza, a menos que precise ser bom...

Ao contrário de Epiteto, o filósofo Michel de Montaigne (1513-1592), apontava a fraqueza, a debilidade e a miséria do homem engajado pela sua imaginação, volúvel e escravo da opinião pública, sujeito às doenças e à morte...

Para o francês Blaise Pascal (1623-1662), "o homem é um ser oco e cheio de lixo". Tomando Epiteto e Montaigne como referências, classifica o homem como um ser paradoxal, ou seja, um amontado de grandezas e misérias. Para ele, o homem não é, pois, senão disfarce, mentira e hipocrisia, quer em si mesmo, quer em relação aos outros. Não quer que se lhe diga a verdade, evita dizê-la aos outros...

Para o filósofo John Locke (1632-1704), o homem nasce como se fosse uma folha em branco e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência...

Contrariamente a Maquiavel, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), acreditava que homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe...

Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), o homem possui a consciência da sua vontade, mas essa vontade é cega, robusta e irracional, que carrega um aleijado que enxerga...

Para o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), o homem é uma corda, atada entre o animal e o super-homem – uma corda sobre o abismo...

Agora é sua vez!

Consegue desvendar esse enigma que é o homem???

segunda-feira, 7 de junho de 2021

"Guernica Amazônica"




Triste realidade! "A Guernica Amazônica" é uma referência à obra do pintor espanhol Pablo Picasso que mostra o bombardeio dos Nazistas à pequena cidade de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

O bombardeiro aconteceu no dia 26 de abril de 1937. Aviões alemães da Legião Condor destruíram quase completamente a cidade com cerca de 6 mil habitantes, ceifando a vida de 1660 pessoas e ferindo cerca de 890.

O quadro tem um significado político e é uma crítica à devastação causada pelas forças nazistas à semelhança do que está acontecendo com a Amazônia.

Portanto, qualquer semelhança da 'Guernica' de Picasso com a 'Guernica Amazônica' não é pura coincidência. No limite, o que muda é o método e os meios empregados para tal, mas, as intenções e os objetivos são os mesmos.


segunda-feira, 24 de maio de 2021

Congressos e Eventos na Área de Teologia e Ciência da Religião

 


 

1.SOTER 2021: julho de 2021<http://br936.teste.website/~sethco21/SOTER.ORG.BR/novosite/edicoes-2020-2021-23/edicoes-2020-2021-23

2.ANPTECRE 2021: 28 a 30 de Setembro de 2021<https://www.anptecre.org.br/index.php?pagina=grupo_conteudo&tela=30>.

3.Congresso latino-americano de Ciencia y Religion: 15 a 17 de setembro <https://fjs.ucc.edu.ar/curso.php?id=21629#:~:text=El%20X%20Congreso%20Latinoamericano%20de,y%20especialistas%20en%20otras%20disciplinas

4.Congresso ALALITE: 26, 27, 28 de outubro <https://www.congresoalalite2021.cl/

5.RELIGIOCOM – 1º Congresso Internacional de Comunicação e Religiões: 15 e 16 de junho de 2021 (Evento gratuito) < https://www.even3.com.br/religiocom2021/

6.Semana de Estudos de Religião UMESP 2021 (Evento gratuito): 9, 10 e 11 de novembro <www.estudosdereligiao.com.br>. 

7.Colóquio Internacional TEOTOPIAS - Cinquentenário do nascimento de Daniel Faria: <http://www.teotopias.org/2021-2/>. 

8.Semana Paul Tillich: setembro (Evento gratuito) <www.paultillich.com.br>. 

9.VII congresso latino-americano de gênero e religião: 24-27 de agosto <https://ava.est.edu.br/moodle/course/view.php?id=2376>. 

 

segunda-feira, 12 de abril de 2021

QUEM É O HOMEM?


O Homem já foi classificado de várias formas: "Zoon Politikon" Animal Político (Aristóteles); "Contratante Social" (Rousseau); "Caniço Pensante" (Pascal); "Homo Economicus" (manchesterianos); "Homo Sapiens" (Lineu) [...].

Mas, não é nenhum desses homens que me preocupa, mas sim, o "Homem de carne e osso" como diria Unamuno. Aquele que nasce, cresce, come, bebe, joga, dorme, pensa, mas, sobretudo, SOFRE E MORRE, só!

Esse homem que perdeu o medo do seu 'trágico' destino, principalmente, porque perdeu o senso de proteção da sua própria vida e a dos outros...

Esse homem que podemos chamar de "mamífero vertical" bípede (sem pernas), racional (sem cérebro/razão), humano (sem humanidade). Ou seja, "um ser oco e cheio de lixo" como diria Pascal. Esse sim, é motivo de preocupação...

Sejamos mais dignos, pois, Kant já dizia que “o valor do ser humano é a sua dignidade”. Ter dignidade significa: ter qualidade moral que infunde respeito, consciência do próprio valor, honra, autoridade, nobreza, elevação, respeito[...].

São homens desse tipo que estamos procurando como fazia Diógenes (Filósofo da Grécia Antiga) que andava com uma lanterna acesa durante o dia à procura de homens honestos...

Agora, além de procurarmos 'homens honestos' estamos a procura, principalmente, daqueles que queiram preservar a humanidade face a maior ameaça deste século até agora, a COVID-19.

E você, que tipo de homem se tornou? Qual é a cara que você carrega. Clarice Lispector diria que "depois de certo tempo cada um é responsável pela cara que tem". De toda a forma, o homem, como disse o gênio francês, não é nem anjo, nem animal, mas exibe características próprias de cada um...

Então, sejamos todos responsáveis, não só pela cara que carregamos, mas, pelo comprometimento com a raça humana.

Vamos nos proteger e proteger os outros! SEMPRE!

SOBRE O SENTIDO DA VIDA



Cada ano, mês, dia, hora, minuto ou segundos que passam, aproximamos continuamente da morte. Mas, não sabemos a que distância estamos dela e ela de nós.

Nesse sentido, concordo com o Filósofo Andrei Venturini Martins, pois, segundo ele, certo grau de cegueira quanto ao nosso destino é fundamental para vivermos nossa vida.

Mas isso não deve ser um salvo conduto para nos expormos ao perigo da ignorância, pois, a atual maneira de submeter uma nação ou um povo sem fazer nenhum disparo é deixá-los na ignorância.

Para quem não está disposto a pagar pra ver o quão esta perto da morte, então, deve manter distância das grandes AGLOMERAÇÕES, PRAIAS LOTADAS, BARES, FESTAS CLANDESTINAS...

Fiquemos em casa com nossas familias e disfrutemos cada fração de tempo, pois, a fraçao seguinte não nos pertence mais, e tudo pode acontecer!

A vida é o valor supremo que nos foi oferecido gratuitamente, por isso, não podemos desperdiçá-la por nos acharmos imortais.

Valorisêmo-la em sua justa medida pela importância de quem a criou e, pela graça, nos escolheu...

Muitos pensam que, o que nos difere dos animais é a nossa capacidade racional. Unamuno diria que não, pois, para ele a diferença reside na nossa capacidade afetiva ou sentimental.

Talvez seja o sentimento de autopreservação que nos difere dos outros animais, pois, somos capazes de amar, colocar no lugar dos outros, ser solidários, dar a vida por um amigo, ou seja, ter os sentimentos mais nobres, mas também somos capazes das atrocidades mais terriveis.

Mas nada disso importa do ponto de vista da morte, pois, por mais bela que seja nossa vida, Martins nos alerta que, um dia jogar-nos-ão terra sobre a cabeça...
Eis a verdade infalível!

Depois de sabermos tudo isso, estaremos dispostos ainda em arriscar nossas vidas, a dos nos familiares e amigos, simplesmente, porque entre nós existem homens que continuam desafiando e estimulando outros a desafiarem a morte?

Saibam que, esse é e será sempre um desfio, absolutamente, inglório...

Cuidemo-nos... e como disse Charles Bukowski para onde quer que vá a multidão, vá em direção contrária...


sexta-feira, 2 de abril de 2021

A maldição das aglomerações

 



A atual crise existencial em que vivemos tem reflexos na política, na religião, na moral, na ética e nas infinitas formas com que nós nos relacionamos com os outros seres viventes. Essa crise faz com que nós não sejamos mais autores da nossa própria história, mas, apenas repetidores de padrões exteriores de comportamentos.

As conseqüências já são conhecidas, pois, o Homem atual prefere a comodidade e a aprovação das massas ao protagonismo do ‘Eu’. Esse Homem que esqueceu o seu ‘Eu’ reflete a incapacidade de lidar com o sentimento de vazio que nos invadiu e corrói nossa existência a ponto de querermos fugir de nós mesmos e procurar o amparo das multidões, ou seja, das grandes aglomerações.

As multidões, como se sabe, têm como premissa básica livrar-nos do tédio, da solidão e da angústia, estratégias mais do que suficientes para alimentar nossa tendência a desviarmos de nós mesmos e refugiar, em última instância, na estéril diversão, no jogo, na algazarra das aglomerações, manifestações empíricas das nossas infinitas misérias existenciais.

No decorrer dos últimos tempos e, especialmente, no último ano, fomos obrigados a aprender a conviver com a tensão permanente entre a vida e a morte, o agora e o depois, o sim e o não, a alegria e a tristeza, a harmonia e a desordem (...) paradoxos que só os que estão agonizando numa CTI são capazes de superar, pois, nada além da vida é mais importante.

Perante a luta pela vida, todos os paradoxos dissolvem-se. Mas, apenas aqueles que dão por perdido a vida que não merece ser vivida, a guardarão. Isso significa abrir mão das ilusões e das distrações mundanas, das mais variadas formas de escapismos e das satisfações fugazes desse breve instante que nos fomos convidados a permanecer na terra.

Precisamos urgentemente (re)descobrir esse cenário cada vez mais complexo e desafiador em que cada biografia é feita de lutas que não tem sua origem e destino no palco contingente da nossa telegráfica existência.

Então, aproveitemos essa curta existência e cuidemo-nos uns dos outros!