Friedrich Max Müller, (1823-1900), foi um estudioso alemão de linguagem comparada, religião e mitologia. As áreas especiais de interesse de Müller foram a filologia sânscrita e as religiões da Índia. Müller foi educado em sânscrito, a língua clássica da Índia, e outras línguas em Leipzig, Berlim e Paris. Ele mudou para a Inglaterra em 1846 e se estabeleceu em Oxford em 1848, onde se tornou vice professor de línguas modernas em 1850. Ele foi nomeado professor de filologia comparativa em 1868.
Ainda
na época que acontece a institucionalização da Ciência da Religião, teólogos, filósofos e
filólogos europeus como, por exemplo, o suíço Johann Georg Muller, desde 1837
davam cursos da área de história de religiões. Paralelamente, aqui, e ali, o
termo “Ciência da Religião” já havia sido aplicado.
Pelo que se sabe, os
primeiros dois autores que usaram essa designação foram Abbé Prosper Leblanc
(1852) e F. Stiefelhagem (1858), porém, não no sentido estrito como no caso do
orientalista alemão Max Müller, formado em Paris por Eugène Burnouf e desde
1854 contratado pela universidade de Oxford como indólogo e filólogo.
Foi ele
que, no prefácio do seu livro Chips from german Workshop, publicado em 1867 em
Londres, introduziu o termo Ciência da Religião no sentido de uma disciplina
própria. O que Muller esperava tornou-se mais claro no título de uma outra obra
lançada em 1870, Uber die vergleichend
Religionswissenchaft.
Segundo ele, a Ciência da Religião teria de ser uma
disciplina comparativa. Porém, não era muito concreto quanto a programática dessa
nova matéria acadêmica. Mais do que isso, como representante do “paradigma
mitológico-natural”, defendeu uma abordagem cada vez menos aceita à medida que
no séc. XIX aproximava-se de seu fim.
Essa escola de pensamento
iniciada por Adalbert Kuhn n seu livro, Die
Herabkunft dês feures und dês Gottertranks, publicada em 1859 em Berlim,
referiu-se à fisiologia comparativa das línguas dos chamados povos indo-europeus
interpretando os seus resultados de uma maneira específica. No olhar da “escola
mitológica-natural”, figuras mitológicas e religiosas teriam de ser
interpretados como personificações de objetos e fenômenos naturais,
especificamente das grandes estrelas e eventos metrológicos como a tempestade e
a chuva.
Não somente do ponto de vista
de hoje tal paradigma é obsoleto. As teorias de seus representantes já sofreram
fortes críticas de contemporâneos, e Max Muller, o grande popularizador da “escola
mitológica-natural”, tornou-se o objetivo preferido de escárnio. Cada vez mais
desafiado por um paradigma alternativo, o da escola animista de Edward Burnett
Tyler, Müller precisou observar a desmontagem da sua abordagem.
Não obstante, Max Müller é até hoje apreciado como um dos mais importante pioneiros da Ciência da Religião. Além de ter insistido no status próprio da disciplina, ele despertou, em suas teses polêmicas, enorme interesse público por sua nova matéria e “incentivou, em vários sentidos, o uso das fontes, como base obrigatória do trabalho científico com as religiões. Exatamente por isso a contribuição mais duradora e valorosa do filólogo alemão foi a organização dos famosos Sacred Books of the Earth. Entre 1879 e 1898, dois anos antes da morte de Müller, a série chegou a 50 volumes.
Não obstante, Max Müller é até hoje apreciado como um dos mais importante pioneiros da Ciência da Religião. Além de ter insistido no status próprio da disciplina, ele despertou, em suas teses polêmicas, enorme interesse público por sua nova matéria e “incentivou, em vários sentidos, o uso das fontes, como base obrigatória do trabalho científico com as religiões. Exatamente por isso a contribuição mais duradora e valorosa do filólogo alemão foi a organização dos famosos Sacred Books of the Earth. Entre 1879 e 1898, dois anos antes da morte de Müller, a série chegou a 50 volumes.
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Referências
USARSKI, Frank. Constituintes da Ciência da Religião: cinco ensaio em prol de uma disciplina autônoma.- São Paulo: Paulinas, 2006 (Coleção representando a religião)
USARSKI, Frank. Constituintes da Ciência da Religião: cinco ensaio em prol de uma disciplina autônoma.- São Paulo: Paulinas, 2006 (Coleção representando a religião)
GRESCHAT,
Hans-Jürgen. O que é ciência da religião? Trad. Frank Usarski. São Paulo: Ed.
Paulinas, 2005.
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