Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 20 de maio de 2016

O BUDISMO



O Budismo é um dos fenômenos mais antigos do mundo. É a quarta religião depois do Cristianismo, do Judaísmo e do Hinduísmo. O Budismo não é propriamente uma religião mas mais uma filosofia de vida, visto que, no centro da sua mensagem está o homem; Deus fica numa enigmática penumbra.

O objectivo do Budismo – não é a fusão em Brama (o Absoluto), nem a união com Deus, mas chegar ao Nirvana que significa apagar os fogos da saudade e do apego (este pode ser atingido nesta vida). Ensina a via para fugir ao sofrimento e à dor.

A História
O verdadeiro nome de Buda (= iluminado) foi Siddharta Gotama. Nasceu no Nepal, Nordeste da Índia, entre o séc. VI e IV a.C.) (segundo a tradição por volta do ano 566 a. C.), numa família real do clã Xáquia. O pai, temendo que pudesse ser abalado por desagradáveis, manteve-o na área do palácio. Todavia, aos 29 anos, Gotama viu o sofrimento humano, pela primeira vez, sob a forma de um velho, um doente e um morto. Ao deparar com um asceta (monge), resolveu seguir essa antiga via e fugir de casa, de noite, deixando a mulher e a família. Após seis anos de severa austeridade, atingiu o seu objectivo. Mas não escapara ainda ao sofrimento. Sentado debaixo de uma árvore Bodhi, a da iluminação, passou por todas as fases de meditação e atingiu a iluminação, compreendendo a verdadeira natureza do sofrimento. A partir daí foi conhecido por Buda, literalmente "o acordado", e, durante cerca de 40 anos, até morrer, dedicou-se a ensinar a outros o caminho para chegar à iluminação.

O espectro de postura do Budismo diante de desafios inter-religiosos

Ao longo de uma história de mais de dois mil e quinhentos anos, o Budismo adquiriu um rico repertório de figuras retóricas e estratégicas argumentativas que lhe permitiram firmar posição em situações inter-religiosas. Essa pluralidade tem a ver com os seguinte fatos: conforme a teoria de Niklas Luhman, sistemas abertos como os sociais mantêm suas identidades através da demarcação nos ambientes em que se desenvolvem. Isso significa, nos termos da Sociologia da Religião, que qualquer comunidade religiosa convicta de possuir uma oferta espiritual válida e espacial tem interesse em proteger sua herança espiritual contra infiltrações externas que poderiam eclodir a "estrutura de pausibilidade" e a integridade do grupo em questão. 

Dentro desse quadro geral, o Budismo primitivo enfrentou a situação de que, desde a morte de Sidhartha Gautama, a comunidade não possui mais um porta-voz ou uma hierarquia institucional cuja cúpula pudesse falar em nome oficial de uma religião relativamente homogênea. Além das divergências internas, o Budismo foi transplantado para regiões fora da sua terra de origem e teve de se adequar linguística, doutrinária e simbolicamente às modalidades de novas culturas. 

Em todos os casos o Budismo, foi exposto a uma rede complexa de fatores feográficas, socioeconômicas e políticas, além de interesses religiosos multilaterais. A variedade de opções retóricas acumuladas pelo Budismo corresponde à variedade das circunstâncias. Foram, portanto, os desafios implícitos nas situações dadas que estimularam o Budismo a elaborar, aperfeiçoar e modificar respostas adequadas, sejam em conceitos apologéticos, argumentos em prol da sua autojustificativa e raciocínios proseletistas, sejam em termos de consenso com o interlocutor alheio sobre um determinado tópico. 

Entre as constelações que desafiaram o autorreconhecimento do Budismo como credo representativo de ago especial ou mesmo único, há três que que se deve recordar. São elas: 

1.  Os esforços do Budismo, como sistema religioso recém fundado, de se impor em um ambiente ideologicamente pré-definido pelo Bramanismo; 
2.  Atividades proseletistas budistas em novos territórios onde o budismo inicialmente assumiu sua posição minoritária;
3.  Processo de expansão do budismo para o Ocidente, a confrontação do Budismo com contextos multirreligiosos contemporâneos. 

USARSKI, Frank. O Budismo e as outras: encontros e desencontro entre as grandes religiões mundiais. - Aparecida SP: Editora Ideias & Lettras, 2009. 
Budismo: http://religioes.home.sapo.pt/budismo.htm 20/05/2016







Sem comentários:

Enviar um comentário