Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 12 de abril de 2021

QUEM É O HOMEM?


O Homem já foi classificado de várias formas: "Zoon Politikon" Animal Político (Aristóteles); "Contratante Social" (Rousseau); "Caniço Pensante" (Pascal); "Homo Economicus" (manchesterianos); "Homo Sapiens" (Lineu) [...].

Mas, não é nenhum desses homens que me preocupa, mas sim, o "Homem de carne e osso" como diria Unamuno. Aquele que nasce, cresce, come, bebe, joga, dorme, pensa, mas, sobretudo, SOFRE E MORRE, só!

Esse homem que perdeu o medo do seu 'trágico' destino, principalmente, porque perdeu o senso de proteção da sua própria vida e a dos outros...

Esse homem que podemos chamar de "mamífero vertical" bípede (sem pernas), racional (sem cérebro/razão), humano (sem humanidade). Ou seja, "um ser oco e cheio de lixo" como diria Pascal. Esse sim, é motivo de preocupação...

Sejamos mais dignos, pois, Kant já dizia que “o valor do ser humano é a sua dignidade”. Ter dignidade significa: ter qualidade moral que infunde respeito, consciência do próprio valor, honra, autoridade, nobreza, elevação, respeito[...].

São homens desse tipo que estamos procurando como fazia Diógenes (Filósofo da Grécia Antiga) que andava com uma lanterna acesa durante o dia à procura de homens honestos...

Agora, além de procurarmos 'homens honestos' estamos a procura, principalmente, daqueles que queiram preservar a humanidade face a maior ameaça deste século até agora, a COVID-19.

E você, que tipo de homem se tornou? Qual é a cara que você carrega. Clarice Lispector diria que "depois de certo tempo cada um é responsável pela cara que tem". De toda a forma, o homem, como disse o gênio francês, não é nem anjo, nem animal, mas exibe características próprias de cada um...

Então, sejamos todos responsáveis, não só pela cara que carregamos, mas, pelo comprometimento com a raça humana.

Vamos nos proteger e proteger os outros! SEMPRE!

SOBRE O SENTIDO DA VIDA



Cada ano, mês, dia, hora, minuto ou segundos que passam, aproximamos continuamente da morte. Mas, não sabemos a que distância estamos dela e ela de nós.

Nesse sentido, concordo com o Filósofo Andrei Venturini Martins, pois, segundo ele, certo grau de cegueira quanto ao nosso destino é fundamental para vivermos nossa vida.

Mas isso não deve ser um salvo conduto para nos expormos ao perigo da ignorância, pois, a atual maneira de submeter uma nação ou um povo sem fazer nenhum disparo é deixá-los na ignorância.

Para quem não está disposto a pagar pra ver o quão esta perto da morte, então, deve manter distância das grandes AGLOMERAÇÕES, PRAIAS LOTADAS, BARES, FESTAS CLANDESTINAS...

Fiquemos em casa com nossas familias e disfrutemos cada fração de tempo, pois, a fraçao seguinte não nos pertence mais, e tudo pode acontecer!

A vida é o valor supremo que nos foi oferecido gratuitamente, por isso, não podemos desperdiçá-la por nos acharmos imortais.

Valorisêmo-la em sua justa medida pela importância de quem a criou e, pela graça, nos escolheu...

Muitos pensam que, o que nos difere dos animais é a nossa capacidade racional. Unamuno diria que não, pois, para ele a diferença reside na nossa capacidade afetiva ou sentimental.

Talvez seja o sentimento de autopreservação que nos difere dos outros animais, pois, somos capazes de amar, colocar no lugar dos outros, ser solidários, dar a vida por um amigo, ou seja, ter os sentimentos mais nobres, mas também somos capazes das atrocidades mais terriveis.

Mas nada disso importa do ponto de vista da morte, pois, por mais bela que seja nossa vida, Martins nos alerta que, um dia jogar-nos-ão terra sobre a cabeça...
Eis a verdade infalível!

Depois de sabermos tudo isso, estaremos dispostos ainda em arriscar nossas vidas, a dos nos familiares e amigos, simplesmente, porque entre nós existem homens que continuam desafiando e estimulando outros a desafiarem a morte?

Saibam que, esse é e será sempre um desfio, absolutamente, inglório...

Cuidemo-nos... e como disse Charles Bukowski para onde quer que vá a multidão, vá em direção contrária...


sexta-feira, 2 de abril de 2021

A maldição das aglomerações

 



A atual crise existencial em que vivemos tem reflexos na política, na religião, na moral, na ética e nas infinitas formas com que nós nos relacionamos com os outros seres viventes. Essa crise faz com que nós não sejamos mais autores da nossa própria história, mas, apenas repetidores de padrões exteriores de comportamentos.

As conseqüências já são conhecidas, pois, o Homem atual prefere a comodidade e a aprovação das massas ao protagonismo do ‘Eu’. Esse Homem que esqueceu o seu ‘Eu’ reflete a incapacidade de lidar com o sentimento de vazio que nos invadiu e corrói nossa existência a ponto de querermos fugir de nós mesmos e procurar o amparo das multidões, ou seja, das grandes aglomerações.

As multidões, como se sabe, têm como premissa básica livrar-nos do tédio, da solidão e da angústia, estratégias mais do que suficientes para alimentar nossa tendência a desviarmos de nós mesmos e refugiar, em última instância, na estéril diversão, no jogo, na algazarra das aglomerações, manifestações empíricas das nossas infinitas misérias existenciais.

No decorrer dos últimos tempos e, especialmente, no último ano, fomos obrigados a aprender a conviver com a tensão permanente entre a vida e a morte, o agora e o depois, o sim e o não, a alegria e a tristeza, a harmonia e a desordem (...) paradoxos que só os que estão agonizando numa CTI são capazes de superar, pois, nada além da vida é mais importante.

Perante a luta pela vida, todos os paradoxos dissolvem-se. Mas, apenas aqueles que dão por perdido a vida que não merece ser vivida, a guardarão. Isso significa abrir mão das ilusões e das distrações mundanas, das mais variadas formas de escapismos e das satisfações fugazes desse breve instante que nos fomos convidados a permanecer na terra.

Precisamos urgentemente (re)descobrir esse cenário cada vez mais complexo e desafiador em que cada biografia é feita de lutas que não tem sua origem e destino no palco contingente da nossa telegráfica existência.

Então, aproveitemos essa curta existência e cuidemo-nos uns dos outros!