Siddhartha
Gautama (566 a. C.- 486 a. C.), ou Buda “o desperto”, foi ele próprio um tipo de extremista em
períodos diferentes de sua vida e descobriu que os extremos não nos ajudam a
tornar-se despertos. Aos 40 anos, depois de anos de autoindulgência seguido por
um árduo ascetismo religioso, ele tornou-se totalmente iluminado enquanto
estava sentado em baixo de uma árvore bodhi.
Buda afirmou
que os extremos não conduzem, em si a iluminação. Esses extremos são
ilustrados na infelicidade que vemos no ocidente materialista e entre
praticantes de religiões fanatizadas e o hedonismo americano que produz demais
e consome demais. Cada um desses extremos acusa o outro de diabólico.
O Caminho do
Meio de Buda nos ajuda a evitar esses extremos pela prática da moderação em
nossas próprias vidas e da compaixão pelo sofrimento alheio. Ele nos ensina a
não usar nossas diferenças como base de apegos negativos, como o ódio.
Qual é o
Caminho do Meio de Buda? O caminho do meio é a reverência pela santidade da
vida: a vida de cada um, a vida das outras pessoas, a vida da natureza e todas
as inter-relações extensivas e intrincadas. Entretanto, para a consistência
harmoniosa com os outros, precisamos “coexistir” harmoniosamente conosco.
Por isso,
Buda pensa nas Quatro Nobres Verdades, que constituem na teoria e na prática de
tal coexistência harmoniosa, pois, sua filosofia é racional, empírica, ou seja,
científica. Então cada um pode testá-la.
A Primeira
Nobre Verdade é que a vida engendra o sofrimento, ou seja, todos sofrem:
cristãos, muçulmanos, ateus, agnósticos, etc. o sofrimento é uma verdade
inegável da existência humana...
A Segunda
Nobre Verdade diz que o sofrimento tem suas causas, ou seja, todos os fenômenos
estão sujeitos às leis de causa e efeito. Os ciclos de sofrimento humano, a
luta, a dor, o desgosto, a lamentação, o desespero, o arrependimento, a doença
e a morte – cada um tem sua causa...
A Terceira
Nobre Verdade diz que a causa do sofrimento podem ser eliminadas, pois, o
sofrimento humano desaparece quando suas causas são eliminadas, abrindo caminho
para a harmonia, da tristeza para a felicidade, do desgosto para a alegria, da
lamentação para a celebração, do desespero para a esperança, do arrependimento
para a realização. Tudo é fugaz e temporário...
A Quarta
Nobre Verdade indica o caminho para libertar-se do sofrimento. Buda aponta um
conjunto de práticas explícitas para a realização desta tarefa através do
caminho óctuplo, pois, existem oito etapas de prática para a diminuição do
sofrimento, ou seja:
A compreensão correta (entender o sofrimento), o pensamento correto (ter boa vontade inofensiva), a palavras correta (entender o poder das palavras), a ação correta (fazer as coisas com moderação), o modo de vida correto (ganhar a vida de maneira prestativa), o esforço correto (encarar desafio de maneira construtiva), atenção correta (presença da mente, consciência das emoções) e a concentração correta (desenvolver poderes mentais da atenção, visualização, da compressão, da compaixão que levam a serenidade e tranquilidade).
Isto é em
parte, o que explica o fato de o Budismo ser mais do que uma religião, pois,
qualquer outra religião depende do poder externo para a salvação ou para a redenção. O Budismo não depende de
poderes externos, pois, em vez disso, mobiliza recursos que estão dentro de
cada um. O caminho do Meio mora dentro de cada um, e o Budismo desperta para
ele.
Referência:
MARINOFF, Lou. O caminho do meio. Tradução de Paulo Andrade Lemos e Márcia Sobreiro. – Rio de janeiro: Record, 2008, p. 97 a 104.
MARINOFF, Lou. O caminho do meio. Tradução de Paulo Andrade Lemos e Márcia Sobreiro. – Rio de janeiro: Record, 2008, p. 97 a 104.
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