Vários estudiosos tem
tentado fazer a aproximação conceitual entre os termos Ciência da Religião e
Religiologia, uma vez que, não é difícil verificar interfaces entre esses
conceitos que, por natureza, possuem objetos, objetivos, métodos e metodologias
comuns no tratamento de informações/ fatos referentes ao estudo e a compreensão
da(s) religião (ões) e dos fenômenos religiosos.
A Ciência da Religião tem como finalidade desenvolver, no
seu conjunto, investigações que se orientam por abordagens de perfil
multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar, segundo recortes
teórico-metodológicos diversos. Segundo Klauss Hock, “a Ciência da Religião é
uma pesquisa empírica, histórica e sistemática da religião e de religiões”. Segundo
Aldo Natale Terrim (2003):
O
grande pioneiro nesse campo foi M. Muller (1823-1900), que além de realizar
estudos comparados de grande valia sobre a mitologia das diversas religiões,
começou também a grande tradução para o Inglês de todos os livros sagrados do
Oriente na série The Sacred books of the
East [Os livros sagrados do Oriente].
Ao investigarmos
sobre o tema Religiologia, tivemos como ponto de partida o artigo elaborado por
Flávio Senra, cujo título “O teólogo e o
cientista da religião. Religiografia acerca das interfaces entre Ciências da
Religião ou Religiologia e Teologia no Brasil” publicado em 2016. Segundo
ele, Hans-Jurgen Greschat já havia usado o termo Religiologia para nomear a
pesquisa do “imediatamente relevante”[1]
na pesquisa sobre religião, crença ou expressão religiosa”.[2]
Etimologicamente, podemos comparar a
"Religiologia", por exemplo, com a "Psicologia". A
Psicologia deriva das palavras gregas "psyché"
(alma, espírito) e "logos"
(estudo, razão, compreensão); já a "Religiologia" deriva de "religio" palavra de origem latina que
segundo Klauss Hock (2010), descreve a atuação como consideração ou a “observância”;
e "logia" do grego “logos”, palavra, discurso, linguagem,
estudo [...], ou seja, a palavra Religiologia significa: “aprender sobre
religião” ou “estudo da religião”[3]
Ao basearmos na origem etimológica dessas duas palavras,
podemos concluir corroborando com Hebert D. Liessique (2015) que "Religiologia
é um campo separado da ciência, pois estuda a religião e seus fenômenos.” [...] Ou seja, a "Religiologia" faz
todo o sentido, como sendo "o estudo da(s) religião (ões) e dos fenômenos
religiosos de forma científica".
Segundo Senra (2016) “existem vários estudos casos em que
o termo Religiologia aparece”. A título de exemplo, veremos dos casos em que o
temo aparece fora do eixo linguístico franco-anglo-saxônico. Um exemplo japonês
e um polonês:
No
caso Japonês, a Religiologia é um ramo da ciência e seu objetivo é o estudo
científico da religião. Procura obter um conhecimento básico sobre a religião
como uma fase da cultura, sem a ideia preconcebida de um sistema de crenças
específico. Apenas o estudo científico da religião pode alcançar esse objetivo; no
caso polonês, o termo Religiologia é utilizado para caracterizar os estudos da
religião, incluídas as disciplinas teologia da religião e filosofia da religião
[...]
Já o termo “Religiólogo” segundo Michelie Kassia (2012), “caracterizaria
como o profissional capacitado para desenvolver estudos sobre o fenômeno
religioso, assim como o sociólogo estuda a sociedade, o biólogo a vida, o
psicólogo a psique, e outros".[4] Ou seja, o tarefa do Religiólogo consiste na investigação científica para a análise do
fenômeno/fato religioso.
Etimologicamente podemos comparar o
"Religiológo" com o "Psicólogo". A segunda deriva do Grego psykhé, “mente”, mais logon, “tratado, estudo”, bem como o nome
da matéria, Psicologia. O Psicólogo da religião dedica-se ao estudo da
relação entre indivíduo e a religião, enquanto que o Religiólogo seria um
profissional que estuda o comportamento, do endivido em relação aos fenômenos e
os processos religiosos no seio da sociedade como um todo.
Podemos ver que existe uma correlação direta entre os
termos Ciência da Religião e Religiologia, por serem ciências que se dedicam ao
estudo da (s) religião (ôes) e dos fenômenos religiosos. Mas, para isso, é
preciso que existam profissionais para tal.
No primeiro caso, o Cientista da Religião, que tem como tarefa investigar, analisar, comparar diferentes religiões tendo sendo como compromisso o principio de não julgamento da suposta qualidade dos fenômenos religiosos investigados. Depreende-se, então, que, a tarefa do Religiólogo não difere do Cientista da religião. Então, podemos concluir que o Cientista da Religião está para a Ciência da Religião, assim como, a Religiólogo, está para a Religiologia.
No primeiro caso, o Cientista da Religião, que tem como tarefa investigar, analisar, comparar diferentes religiões tendo sendo como compromisso o principio de não julgamento da suposta qualidade dos fenômenos religiosos investigados. Depreende-se, então, que, a tarefa do Religiólogo não difere do Cientista da religião. Então, podemos concluir que o Cientista da Religião está para a Ciência da Religião, assim como, a Religiólogo, está para a Religiologia.
Referências:
SENRA
Flávio. O teólogo e o cientista da religião. Religiografia acerca das
interfaces entre Ciências da Religião ou Religiologia e Teologia no Brasil.
Disponível em: < file:///C:/Users/Priscilla/Downloads/Dialnet-OTeologoEOCientistaDaReligiaoReligiografiaAcercaDa-5567869.pdf>.
Acesso em 21/10/2016.
Compêndio de Ciência da religião/ João Décio
Passos; Frank Usarski (org.). - São Paulo: Paulinas, 2013.
H-J. GRESCHAT, O que é Ciência da Religião.
Coleção Repensando a Religião, p. 32 apud
SENRA, 2016.
HOCK, Klauss. Introdução á Ciência da
Religião. São Paulo – SP: Edições Loyola, 2010.
KÁSSIA,
Michelle. Curso de Ciência das Religiões. UFPB. Disponível em: < http://crufpb.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html>.
Acesso em 21/10/ 2016.
LIESSI Hebert D. Por que o
Ensino Religioso? – parte 1. Disponível em <
http://religiaorelevante.blogspot.com.br/2015/08/por-que-o-ensino-religioso-parte-1.html>.
Acesso em 21/10/2016.
TERRIM, Aldo Natale. Introdução ao estudo
comparado das religiões. – São Paulo: Paulinas, 2003. – (Coleção religião e
cultura).
[1] H-J. GRESCHAT, O que é Ciência da Religião. Coleção
Repensando a Religião, p. 32 apud
SENRA, 2016.
[2] SENRA Flávio. O teólogo e o cientista da religião. Religiografia acerca das
interfaces entre Ciências da Religião ou Religiologia e Teologia no Brasil.
Disponível em: < file:///C:/Users/Priscilla/Downloads/Dialnet-OTeologoEOCientistaDaReligiaoReligiografiaAcercaDa-5567869.pdf>.
Acesso em 21/10/2016.
[3] LIESSE Herbert D. Por que um Ensino Religioso? Disponível em <http://religiaorelevante.blogspot.com.br/2015/08/por-que-o-ensino-religioso-parte-1.html>. Acesso em 21/10/2016.
[4]
KÁSSIA, Michelle. Curso de Ciência
das Religiões. UFPB. Disponível em: < http://crufpb.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html>.
Acesso em 21/10/ 2016.
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